Estudantes são surpreendidos ao flagrar aves se alimentando do almoço na Escola Estadual Alcides Galvão; pombos podem transmitir mais de 70 doenças, algumas com risco de morte
Uma cena chocante divulgada na manhã de hoje (16) assustou e enojou os estudantes da Escola Estadual Alcides Galvão, localizada em Caraguatatuba, litoral norte de São Paulo. Um vídeo feito por alunos, ao qual o Portal Costa Norte teve acesso, mostra diversos pombos sobre o balcão de self-service do refeitório e se alimentando da merenda escolar dos estudantes.
Segundo relatos de pais e alunos, as aves invadem frequentemente o refeitório da escola, onde são servidas refeições para centenas de estudantes com idades entre 15 e 17 anos. Os pombos parecem estar acostumados com a presença dos alunos e chegam a ficar a poucos metros das crianças.
“Precisamos tomar providências o mais breve possível. Os pombos estão invadindo o refeitório, muitas as vezes em cima dos alunos na hora que estão comendo. Um absurdo sem tamanho”, disse Kathy Franco, empresária e mãe de um aluno.
Veja o vídeo
A presença destas aves nos locais errados é motivo de preocupação, uma vez que os pombos podem transmitir mais de 70 doenças, algumas das quais apresentam risco de morte. Infectologistas alertam para os perigos.
O médico infectologista Paulo Quintanilha explicou em um artigo recente que não é necessário tocar nos pombos para correr riscos, pois algumas contaminações ocorrem pelo ar. Um fungo presente nas fezes destas aves é responsável por diversas doenças perigosas, como doenças de pele, micoses e até mesmo meningite.
"A neurocriptococose é uma doença terrível causada por um fungo presente nas fezes dos pombos, que pode levar a óbito. Além disso, há o risco de doença pulmonar, também causada por esse fungo, que pode resultar em morte ou incapacitação", alerta o especialista.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Caraguatatuba que informou que a responsabilidade sobre a escola é do estado de São Paulo, sendo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) a entidade responsável pelas informações sobre o caso.
Procurada, a Seduc esclareceu, por meio da Diretoria de Ensino de Caraguatatuba, que o alimento flagrado no vídeo se trata das sobras da refeição servida aos estudantes e que nenhum estudante ingeriu o alimento após o incidente.
Segundo a Seduc, a gestão escolar realizou uma reunião com a equipe de alimentação e nutrição da unidade para ajustar os procedimentos básicos de manipulação dos alimentos e garantir a organização no refeitório.
“Visando solucionar o problema e prevenir episódios futuros, a escola já possui um orçamento destinado à instalação de telas no refeitório, que será executada na próxima semana. Além disso, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) tem uma obra pré-aprovada para o fechamento do local onde os estudantes realizam suas refeições”, informou a nota.
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