BELEZAS DO LITORAL

Dragão azul: predador de caravelas-portuguesas é flagrado em praia de Peruíbe

Lesma-do-mar tem a capacidade de armazenar e potencializar toxinas utilizadas em sua defesa; cientista do litoral paulista deve iniciar um estudo sobre o animal no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

Da redação
Publicado em 16/12/2021, às 10h22 - Atualizado às 14h22

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Quem deve temer o dragão azul é a caravela-portuguesa, principal item de sua dieta Dragão azul: predador de caravelas-portuguesas é flagrado em praia de Peruíbe - Reprodução: Gemany Caetano / Rafael Mesquita
Quem deve temer o dragão azul é a caravela-portuguesa, principal item de sua dieta Dragão azul: predador de caravelas-portuguesas é flagrado em praia de Peruíbe - Reprodução: Gemany Caetano / Rafael Mesquita

Um molusco azul e bem pequeno, conhecido como dragão azul (Glaucus atlanticus), foi flagrado, na terça-feira (15), em uma praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo, e chamou a atenção de uma moradora que pretende iniciar um estudo sobre o animal no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

Gemany Caetano fotografou o animal, predador de caravela-portuguesa (Physalia physalis), na faixa de areia da praia do Guaraú, após andar dois quilômetros procurando os animaizinhos azuis.

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Dragão azul foi fotografada na praia do Guaraú em Peruíbe Dragão azul: predador de caravelas-portuguesas é flagrado em praia de Peruíbe (Reprodução Gemany Caetano)

“Tenho acompanhado nas mídias sociais que eles têm aparecido em vários locais do litoral brasileiro e fico feliz por outras pessoas terem a mesma oportunidade que tive de vê-los. O dragão azul é uma das criaturas mais bonitas do planeta”, explicou a futura bióloga em entrevista ao Portal Costa Norte.

Segundo Germany, a primeira vez que avistou um dragão azul foi em 2018. A partir dali, ela se interessou pelo molusco azul e começou a pesquisar.

“Busquei na internet dados sobre o dragão azul e vi que haviam poucas informações sobre eles aqui no Brasil. Consegui um artigo em português de uma grande pesquisadora, a saudosa Doutora Marta Vanucci, que fala sobre a ocorrência do Dragão Azul no litoral de São Paulo. Isso foi despertando em mim o interesse em estudá-los”, disse.

A futura bióloga afirmou que vai iniciar, em 2022, uma sinopse taxonômica por meio de um estudo realizado no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

De acordo com Germany, a sinopse vai reunir um levantamento de toda literatura disponível do grupo. “A morfologia será investigada através do estudo de espécimes depositados em museus brasileiros e internacionais. O que é uma grande honra” finalizou.

Dragão Azul

Este animal é um tipo de lesma-do-mar e é pelágico, ou seja, vive em alto mar, longe da costa e mede em torno de 4 cm de comprimento. O dragão azul flutua na superfície dos oceanos, de boca para baixo e é predador de organismos maiores, como, por exemplo, as águas-vivas caravelas.

Qual o perigo do dragão azul?

O perigo dos dragões azuis vem da sua capacidade de injetar células urticantes (nematocitos) na pele dos seres humanos. Apesar disso, em virtude de seu tamanho e por viver longe da costa, o risco de acidentes é baixo.

Na verdade, quem deve temer o dragão azul é a caravela-portuguesa, principal animal de sua dieta. Sua imunidade à toxina das caravelas permite armazená-la em sacos especializados que ficam nas pontas dos seus apêndices.

Dragão azul no litoral

Um dragão azul foi avistado na praia da Riviera de São Lourenço, em Bertioga, litoral do estado de São Paulo. O encontro aconteceu no feriado de 7 de setembro, quando a arquiteta Dalma Mesquita Ferreira caminhava pela faixa de areia. Veja o vídeo.

O que fazer em encontros inusitados

"Ao encontrar animais na praia, o ideal é não mexer, por precaução a ferimentos e queimaduras e por respeito àquela vida que, provavelmente, já está em sofrimento. Se possível, reporte o encontro ou solicite resgate", aconselha a arquiteta.

Dalma sugere a disponibilização de um contato mais rápido com especialistas, biólogos ou órgãos públicos que possam encaminhar as ocorrências.

"Através de placas na praia, meios de comunicação e folhetos informativos, por exemplo" e completa: "Somente com educação e informação [a preservação da espécie] se transformará em um comportamento".

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