SETEMBRO VERDE

Triatleta transplantada luta por conscientização pela vida

Antes de ser transplantada, Patricia Fonseca já estava sem fôlego para falar e permaneceu à espera de um coração na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Mayumi Kitamura
Publicado em 12/09/2023, às 16h21

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Patrícia Fonseca esteve na Riviera de São Lourenço em Bertioga, onde concedeu a entrevista - Felipe Magalhães
Patrícia Fonseca esteve na Riviera de São Lourenço em Bertioga, onde concedeu a entrevista - Felipe Magalhães

A primeira triatleta transplantada do coração a disputar as Olimpíadas dos Transplantados pelo Brasil está em busca da aprovação de um projeto de lei federal para promover a conscientização sobre o transplante de órgãos nas instituições de ensino. O trabalho já passou por várias discussões e aguarda uma data para votação no Senado.

Na Riviera de São Lourenço, em Bertioga, Patricia Fonseca, fundadora do Instituto Sou Doador contou a sua história. Ela esperou 30 anos para conseguir realizar o sonho de ser atleta e, antes de receber o novo coração, passou cinco meses em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para que seu órgão fosse bombeado por máquinas.

Infelizmente, sua amiga Tatiane Penhalosa de 32 anos morreu à espera de um coração em abril de 2019. Segundo dados da entidade, no mesmo período de dois anos em que ela aguardou sem conseguir o órgão, 5.493 famílias disseram não ao transplante, enquanto 218 pessoas morreram à espera de um coração.

Em homenagem à amiga, nomeou o PL 2839/2019 de Projeto de Lei Tatiane pela luta de incluir a conscientização sobre o transplante de órgãos no currículo escolar e acadêmico. “Esperamos que com a educação, a informação, possamos aumentar o número de doações de órgãos no Brasil, porque temos uma população generosa, mais ainda, quase metade nega a doação de órgãos quando questionada por pura falta de informação. E nós temos o maior sistema de transplante público do mundo, somos referência em transplante, mas não somos em doação”, comentou Patricia.

Trajetória pela vida

A história de Patricia Fonseca pode ser parecida com a de muitas pessoas que precisam de um transplante em todo o mundo. Ela representa a luta desde o nascimento quando permaneceu já em seus primeiros sopros em uma UTI. A hoje triatleta também passou seus primeiros 30 anos entre idas e vindas de hospitais e recebendo vários diagnósticos de meses de vida por causa da cardiopatia congênita.

Mesmo com todos os cuidados e superações, Patricia chegou ao ponto de não ter fôlego sequer para falar, situação que precedeu o seu transplante. Para surpresa dos médicos, ela se recuperou rapidamente após a cirurgia, reaprendendo inclusive a andar, e em dois anos já foi convidada a participar da Olimpíada dos Transplantados em Málaga na Espanha.

Ela diz que espera inspirar as pessoas não pelo sofrimento, mas pelo amor; por isso, escreveu um livro lançado neste ano chamado Coração de Atleta - Uma Jornada de ousadia, superação e conquistas. Por meio dele e do Instituto Sou Doador, seu sonho é de inspirar a vida nas pessoas.

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