Polícia federal norte-americana recebeu acusações de abuso sexual contra o médico Larry Nassar e não agiu, dizem 90 atletas e ex-atletas
Da redação
Publicado em 09/06/2022, às 12h43 - Atualizado às 15h00
Um grupo de 90 ginastas e ex-ginastas que inclui a multicampeã olímpica Simone Biles entrou com um processo contra o FBI exigindo uma indenização de US$ 1 bilhão (quase R$ 5 bilhões).
Elas acusam a polícia federal dos Estados Unidos de ignorar acusações de abuso sexual contra Larry Nasser, ex-médico da equipe feminina de ginástica olímpica do país. A negligência, argumentam os advogados das atletas, permitiu que Nasser, atualmente preso, continuasse cometendo os abusos.
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Em um comunicado divulgado na imprensa norte-americana, os defensores legais das atletas afirmam que o FBI recebeu ‘queixas críveis’ de várias ginastas em julho de 2015, e mesmo assim não as ouviu.
O ex-médico só começou a ser investigado pelas acusações em 2016. Em 2018, ele foi condenado a cumprir entre 40 e 175 anos de prisão por abusar sexualmente de 150 atletas. Na época da condenação, ele estava preso desde 2017, cumprindo uma condenação de 60 anos por armazenar conteúdos de pornografia infantil.
A campeã olímpica McKayla Maroney, uma das primeiras a denunciar o ex-médico, disse que o FBI levou quase um ano e meio para registrar sua queixa. “Depois de contar toda a minha história de abuso ao FBI em 2015, não apenas o FBI não relatou o abuso, mas quando finalmente documentou minha denúncia 17 meses depois, eles fizeram afirmações totalmente falsas sobre o que eu disse”, acusou.
Em 2021, o diretor do FBI, Christopher Wray, foi intimado a dar explicações no senado norte-americano. Em nome do órgão, ele assumiu o erro e pediu desculpas às atletas.
À época, a multicampeã olímpica Simone Biles, também depôs no senado do país. Ela disse que o FBI falhou com as atletas. “Não quero que nenhuma outra atleta sofra o horror que eu vivi. Sofremos e seguimos sofrendo porque ninguém fez o necessário para nos proteger. Falharam conosco e merecemos respostas. Nassar está no lugar a que pertence, mas aqueles que permitiram os abusos têm de prestar contas”.
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