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Gatos da Vila Belmiro: saiba por que os bichanos escolheram o Santos FC como lar

A cena de um gato invadindo o campo, nos acréscimos da primeira partida da final do Paulistão, entre Santos e Palmeiras, dia 31, despertou curiosidade

Esther Zancan
Publicado em 03/04/2024, às 12h25

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Gatinho preto foi a sensação do jogo no qual o Santos venceu o Palmeiras por 1x0 - Reprodução/Internet
Gatinho preto foi a sensação do jogo no qual o Santos venceu o Palmeiras por 1x0 - Reprodução/Internet

Uma cena do jogo entre Santos e Palmeiras, primeira partida da final do Paulistão 2024, ocorrida no domingo de Páscoa (31), em Santos, acabou viralizando. Um gato preto invadiu o campo do estádio da Vila Belmiro, já nos acréscimos da partida vencida pelo Santos por 1x0. Seria um sinal de sorte ou azar? Superstições à parte, o que chamou a atenção mesmo foi a velocidade com que o bichano venceu o gramado, aparentemente assustado com a gritaria típica da torcida. Mas, afinal, o que um gato estava fazendo em pleno estádio Urbano Caldeira?

Bem, a verdade é que o estádio é o lar de muitos deles. Quem diz é a assessoria de imprensa do Santos FC: “Vários gatos integram o staff da Vila Belmiro. É comum vê-los no gramado, sempre apoiando o Peixe”. A assessoria também comunicou que ainda não se sabe o nome do peludinho que cruzou o gramado do Templo Sagrado do Santos. Mas, não se pode negar que tem tudo a ver gatos amarem o Peixe, não é mesmo?

Estádio Urbano Caldeira
Muitos bichanos elegeram a Vila Belmiro como lar - Divulgação/SantosFC

O Portal Costa Norte também conversou com Leila Abreu, diretora de bem-estar animal da ONG Viva Bicho, de Santos, sobre os gatinhos da Vila Belmiro. Leila disse que a ONG é parceira do Santos, e que os gatos que vivem lá formaram colônias, e colônias de gatos não podem ser resgatadas. “Todo lugar que é muito vazio, como cemitérios, praças, é onde se juntam as colônias”, explicou a diretora.

Leila explicou também que, nessas colônias de gatos, a maioria deles é feral, ou seja, aqueles que aprendem a sobreviver nas condições mais adversas, tal e qual os gatos selvagens. Esses animais utilizam seu instinto para viver, sem depender tanto dos humanos. Os gatos mais dóceis até se aproximam dos funcionários do estádio, já os ferais, são praticamente impossíveis de pegar, contou a diretora.

Segundo Leila, o protocolo internacional de manejo de colônia de gatos preconiza que os animais devem ser capturados para castração e devolvidos ao local de origem. A Viva Bicho emprestou gatoeiras para o Santos, que são espécies de armadilhas para a captura, em segurança, dos felinos. Quando algum gato cai nessa gatoeira, ele é levado para a ONG para ser castrado e, depois, volta para as imediações do estádio. 

“Os gatos ferais precisam de liberdade, precisam ser livres, pois estão acostumados com essa liberdade. É muito difícil um gato feral se adaptar a outro lugar, ou mesmo transportá-los para outro local”, disse Leila. Ela explicou ainda que, se o animal é levado para outro lugar, ele tenta voltar ao local de origem e pode acabar morrendo atropelado. “Por isso, é que não se mexe em colônia de gatos, a não ser para fazer controle populacional, que é o que o Santos vem fazendo”, complementou a diretora.

Então, que os gatos deem sorte ao peixe. Esse, com certeza, é o desejo dos torcedores do time alvinegro praiano.

Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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