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Dia Internacional Contra a Discriminação Racial: entenda o que é racismo estrutural

A data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de combater todas as formas de discriminação racial, promover a igualdade e a diversidade, e lembrar que todas as pessoas têm direitos iguais

Da redação
Publicado em 20/03/2023, às 10h23 - Atualizado às 11h33

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O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é celebrado anualmente em 21 de março. Esta data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, em memória ao Massacre de Sharpeville, ocorrido na África do Sul em 21 de março de 1960.

Nesse dia, a polícia sul-africana abriu fogo contra uma manifestação pacífica contra as leis de segregação racial do apartheid, matando 69 pessoas e ferindo centenas de outras. O Massacre de Sharpeville se tornou um marco na luta contra o racismo e inspirou a criação do Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

A data tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de combater todas as formas de discriminação racial, promover a igualdade e a diversidade, e lembrar que todas as pessoas têm direitos iguais, independentemente de sua raça ou origem étnica. É uma oportunidade para destacar a necessidade de medidas para combater o racismo, incluindo leis e políticas públicas, educação e ações afirmativas para promover a inclusão e a justiça racial.

O que é o que é discriminação racial?

A discriminação racial é o tratamento injusto e desigual dado a uma pessoa ou grupo de pessoas com base na sua raça ou origem étnica. Pode se manifestar de diversas formas, como negação de emprego, acesso a serviços públicos, educação ou moradia, uso de linguagem ofensiva, agressões verbais ou físicas, entre outras.

A discriminação racial é considerada uma violação dos direitos humanos e é ilegal em muitos países. No entanto, ainda é uma realidade presente em muitas partes do mundo, afetando negativamente a vida e as oportunidades de pessoas de diferentes raças.

É importante lembrar que a discriminação racial não é apenas um problema individual, mas também estrutural, estando enraizado em práticas e normas sociais que perpetuam a desigualdade racial. O combate à discriminação racial, portanto, exige uma abordagem holística e sistemática, envolvendo políticas públicas, educação, conscientização e ação coletiva para promover a igualdade e a justiça racial.

Racismo Estrutural

O racismo estrutural é um tipo de racismo que se manifesta através de práticas, políticas, leis, normas e costumes que são incorporados nas estruturas sociais e institucionais de uma sociedade. Essas estruturas mantêm o racismo de forma sistêmica, ou seja, mesmo sem a intenção explícita de indivíduos ou grupos, elas produzem e reproduzem desigualdades raciais de forma persistente e generalizada.

Por exemplo, o racismo estrutural pode se manifestar na falta de oportunidades de emprego para pessoas de determinadas raças, na segregação residencial que mantém certas comunidades afastadas dos recursos e serviços públicos, ou ainda na aplicação diferenciada da lei, onde pessoas de determinadas raças são mais propensas a serem presas, julgadas e condenadas.

O racismo estrutural é um problema complexo e persistente que exige ações sistemáticas e coordenadas para ser abordado e combatido de forma eficaz.

Problemática do racismo no Brasil

O racismo é um problema grave no Brasil e afeta milhões de pessoas todos os dias. A sociedade brasileira é caracterizada por uma grande diversidade racial e étnica, mas o racismo está profundamente enraizado em suas estruturas sociais, políticas e econômicas.

Os negros e afrodescendentes são os mais afetados pelo racismo no Brasil, enfrentando desigualdades em diversas áreas, como educação, emprego, moradia e acesso à saúde. O racismo também se manifesta na violência policial, no sistema de justiça criminal, no mercado de trabalho e na mídia.

O Brasil tem uma longa história de discriminação racial, que remonta ao período colonial, quando a escravidão era legalizada. Apesar da abolição da escravatura em 1888, a discriminação racial persistiu por meio de leis e políticas que perpetuaram a desigualdade e o racismo estrutural.

Nos últimos anos, o país tem visto um aumento no ativismo e na conscientização sobre o racismo, com protestos e movimentos sociais pedindo por justiça racial e igualdade. No entanto, ainda há muito a ser feito para combater o racismo e promover a inclusão e a igualdade para todas as pessoas, independentemente de sua raça ou origem étnica.

Lei contra o racismo

No Brasil, a Lei nº 7.716/1989, também conhecida como Lei contra o Racismo, define o crime de racismo e estabelece as penalidades para quem pratica essa forma de discriminação.

De acordo com a lei, o racismo é definido como a prática de discriminação, preconceito, segregação ou tratamento diferenciado com base na raça, cor, etnia, religião ou origem nacional.

A lei estabelece que o racismo é um crime inafiançável e imprescritível, ou seja, não pode ser perdoado e não prescreve com o tempo. As penalidades previstas pela lei incluem pena de reclusão de 1 a 5 anos, multa e a possibilidade de perda de cargo ou função pública.

Além da lei contra o racismo, o Brasil também possui outras leis que buscam promover a igualdade e combater a discriminação racial, como a Lei nº 12.288/2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial, e a Lei nº 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.

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