Em regiões como a América do Sul e o Sudeste Asiático, eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, podem levar a reduções na produção agronômica, afetando os preços dos alimentos e gerando pressões inflacionárias
O El Niño não traz apenas desconforto climático, mas também pode ter efeitos negativos na economia global e brasileira. O especialista em finanças, Luciano Bittencourt, destaca que, no âmbito da economia mundial, esse fenômeno pode gerar desequilíbrios nas atividades agrícolas e na produção de alimentos.
Em regiões como a América do Sul e o Sudeste Asiático, eventos climáticos extremos, como secas e enchentes, podem levar a reduções na produção agronômica, afetando os preços dos alimentos e gerando pressões inflacionárias. Além disso, a redução da produtividade nas áreas agrícolas pode impactar as exportações desses países, afetando o comércio internacional e as cadeias de abastecimento globais.
“Com o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, na região equatorial, um dos impactos é a diminuição da produção de commodities e da pesca em países como Chile, Colômbia e Peru, gerando um aumento de preços e consequentemente na inflação mundial. Já nas regiões sul e sudeste da Ásia, poderemos ter a queda na produção de frutas, arroz, trigo e amendoim, e na Indonésia, prejudicando as plantações do milho, arroz, batata-doce, mandioca, chá, café e tabaco”, destaca.
Na Oceania, Austrália e Nova Zelândia, a agricultura pode sofrer impactos. Já nas ilhas do Pacífico Central, o aumento das chuvas prejudica principalmente o turismo, uma das principais fontes de renda.
No contexto da economia brasileira, o El Niño pode trazer consequências tanto positivas quanto negativas. O Norte e o Nordeste podem enfrentar redução nas precipitações, prejudicando a agricultura e agravando a seca em algumas áreas.
“Seja na agricultura com quebra de safra de itens importantes para o dia a dia das pessoas, no agronegócio, onde também teremos uma produção menor, fazendo que o preço das commodities aumentem, na falta de saneamento básico, principalmente nos países mais pobres, assim como uma procura maior nos atendimentos médicos diante das doenças como a leptospirose devido ao acesso de chuvas ou pelas doenças respiratórias pelo clima seco”, disse.
O professor ressalta que todos os setores são impactados pelo El Niño, desde a agricultura até o saneamento básico e a saúde pública. Para lidar com os impactos econômicos, ele recomenda monitorar os padrões climáticos, diversificar a economia, adotar práticas agrícolas resilientes e implementar políticas de gestão de riscos. Medidas de apoio e assistência, como programas sociais e reabilitação de infraestrutura, também são essenciais para garantir a permanência das comunidades afetadas.
Bittencourt enfatiza a importância de promover um crescimento sustentável e conscientização da população em relação aos fenômenos climáticos, tanto no Brasil quanto no mundo.
Comentários