BALANÇO

Vendas e locações de imóveis usados caem na Baixada Santista

Pesquisa revela redução significativa nos negócios imobiliários durante o mês de maio e aponta cidades com os melhores resultados

Lenildo Silva
Publicado em 20/06/2023, às 14h25 - Atualizado às 16h57

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CRECISP revelou uma queda expressiva nas vendas e locações de imóveis residenciais usados na Baixada Santista Imóveis na Baixada Santista - Divulgação
CRECISP revelou uma queda expressiva nas vendas e locações de imóveis residenciais usados na Baixada Santista Imóveis na Baixada Santista - Divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (CRECISP) revelou uma queda expressiva nas vendas e locações de imóveis residenciais usados na Baixada Santista durante o mês de maio. O estudo, que comparou os resultados com o mês anterior, consultou 39 imobiliárias das cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.

Redução de 22,46% nas vendas de imóveis usados

No que diz respeito às vendas, a pesquisa constatou uma redução de 22,46% em relação ao mês anterior. As casas representaram 40,7% das vendas, enquanto os apartamentos corresponderam a 59,3%. A maioria das casas vendidas no período tinha valores até R$ 300 mil, com 2 dormitórios e área útil variando de 50 a 200 m².

Já para os apartamentos, a faixa de preço preferida pelos compradores ficou até R$ 400 mil, com 2 dormitórios e área útil entre 50 e 100 m². Em termos de localização, 37,5% das propriedades vendidas estavam na região nobre, 31,5% nas áreas centrais e 31% na periferia.

Locações também apresentam queda

No segmento de locações, a pesquisa registrou uma queda de 31,91% no volume de contratos assinados em maio, em comparação a abril. As casas representaram 26% das locações, enquanto os apartamentos corresponderam a 74%.

A faixa de valor de aluguel preferida pelos inquilinos de casas na região foi de até R$ 1.500,00, com destaque para imóveis de 3 dormitórios e área útil de 100 a 200 m². Já para os apartamentos, o valor de aluguel preferido ficou na faixa de até R$ 2.000,00, com imóveis de 2 dormitórios e área útil de 51 a 100 m².

Depósito caução

A pesquisa também apontou que a principal garantia locatícia escolhida pelos locatários foi o depósito caução. Quanto à localização dos imóveis alugados, 42,3% estavam situados nas áreas nobres, 38,5% nos bairros da periferia e 19,2% no centro das cidades pesquisadas.

Motivos para encerramento de contratos de locação

Entre aqueles que encerraram os contratos de locação, 30% optaram por mudar para imóveis com aluguel mais barato, enquanto 10% não informaram o motivo da mudança. Por outro lado, 60% dos inquilinos decidiram se mudar para imóveis com aluguel mais caro.

O que diz o presidente da CRESCI-SP

Em entrevista concedida à reportagem do Portal Costa Norte, o presidente do CRECISP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto explicou que a queda registrada no mercado imobiliário em maio, em comparação com abril, foi de 22,46%.

Ele afirma que essa queda não é preocupante, mas é resultado da alta taxa de juros. Ele mencionou que a Caixa Econômica Federal teve uma participação de apenas 18,2% nesse mercado na Baixada Santista, enquanto os bancos privados somados chegaram a 16,7%. A alta taxa de juros é apontada como a principal responsável por essa queda.

O presidente do CRECISP enfatiza que não há motivos sazonais que justifiquem a queda, e menciona que o período entre temporadas é geralmente um momento de bons negócios no mercado imobiliário. 

Ele explica que as pessoas aproveitam esses períodos de menor movimento para realizar transações imobiliárias, antes que a temporada seguinte comece. Portanto, ele acredita que não há necessidade de investigar outros fatores além da taxa de juros para entender essa queda.

Ainda de acordo com o presidente, a dificuldade de acesso ao financiamento imobiliário é o grande problema. Ele menciona que muitas pessoas não conseguem obter o financiamento devido à renda familiar não atingir o mínimo exigido pelos bancos.

José Augusto também observa que algumas pessoas tentam mascarar sua renda para obter o financiamento, mas a impossibilidade de acesso é o principal obstáculo. No entanto, ele ressalta que as pessoas não deixam de pagar taxas de juros altas, pois existe uma expectativa de que as taxas irão diminuir e os contratos serão realinhados.

“Algumas cidades da região metropolitana da Baixada Santista têm tido um crescimento expressivo, como Guarujá, Praia Grande, Santos, Mongaguá e Itanhaém. Santos, por exemplo, está se tornando um mercado de alto padrão, enquanto Guarujá continua crescendo devido à população cada vez maior em Vicente de Carvalho. Bertioga também tem apresentado um bom desenvolvimento. As cidades mais aquecidas da região são apontadas como Praia Grande, Santos e Guarujá”, disse o presidente.

Em relação à faixa de preço dos imóveis comercializados nas cidades citadas, quase 60% deles foram vendidos por até R$ 400.000. Das transações realizadas, 40% envolveram casas e 60% apartamentos, sendo a maioria imóveis de dois dormitórios.

Já as casas com até 200 metros quadrados representaram 77% das vendas, enquanto os apartamentos com até 100 metros quadrados representaram 78%. Acima de R$ 400.000, os imóveis são considerados de maior liquidez e geralmente possuem mais dormitórios, com um período de venda mais longo.

Cursos CRECISP

Ainda de acordo com o presidente do CRECISP, o conselho tem se dedicado a oferecer uma variedade de cursos e palestras para os corretores de imóveis. Eles realizam palestras diárias com foco técnico e o objetivo de manter os corretores atualizados sobre legislação, regras do mercado, liberação de recursos, fundo de garantia, acesso a recursos para financiamento imobiliário, entre outros temas relevantes.

“O órgão tem obtido uma excelente participação nas atividades relacionadas à análise de documentação imobiliária, prevenção de lavagem de dinheiro no mercado imobiliário e avaliação de propriedades imobiliárias. O objetivo é fornecer aos corretores as ferramentas necessárias para verificar o valor de mercado de maneira mais precisa, a fim de melhor orientar seus clientes. Além dos cursos e palestras, o CRECI também oferece a TV CRECI, que conta com um acervo de mais de cinco mil palestras técnicas. Essa iniciativa visa fornecer informações relevantes e atualizadas para os corretores de imóveis, contribuindo para sua formação e conhecimento na área”, informou José Augusto.

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