Bertioga no inverno: arrisque-se a conhecer além das praias

Descubra o que Bertioga reserva aos visitantes neste período de temperaturas mais amenas

Eleni Nogueira
Publicado em 08/07/2019, às 12h02 - Atualizado em 23/12/2020, às 09h02

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Shopping Riviera - Shin Shikuma
Shopping Riviera - Shin Shikuma

Imagem acervo site

A brisa vinda das águas do canal de Bertioga, o ar puro e o silêncio dão as boas- vindas a quem chega ao centro da cidade, a Vila. Percorrer calmamente o calçadão ajardinado, rumo ao Forte São João, é um excelente ponto de partida para descobrir o que Bertioga reserva aos visitantes, na chamada baixa temporada, o período de inverno.

Nesse trecho, é possível conhecer os detalhes da fortaleza mais antiga do país e admirar o cenário do entorno: o Parque dos Tupiniquins, seguir para a Casa da Cultura, na qual ocorrem exposições e feiras de produtos orgânicos, nos finais de semana, ou, ainda, parar na Tenda de Eventos, na praia da Enseada, para saborear as iguarias das festas da Tainha, no mês de julho, e do Camarão na Moranga, em agosto.

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Este ano, a 42ª Festa da Tainha ocorre de sexta-feira a domingo, entre 28 de junho a 28 de julho. O tradicional evento beneficente, organizado pelo Lions Clube de Bertioga, consolidou-se como um dos mais disputados festivais gastronômicos da região e atrai anualmente um grande público. A receita é simples: peixe espalmado grelhado na brasa, acompanhado de arroz, farofa, vinagrete e pão. O cheirinho exala longe e aflora os sentidos. Impossível resistir.

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Em agosto, outro aroma toma conta do espaço. É a 26ª Festa do Camarão na Moranga, que este ano ocorre de 8 de agosto a 8 de setembro, também aos finais de semana.  O prato agrada aos olhos e ao paladar, e os organizadores garantem que ninguém prepara a iguaria com o mesmo capricho e generosidade. Afinal, cada moranga é recheada com um molho à moda caiçara com cerca de um quilo de camarão-sete-barbas. Uma versão especial decora a moranga com lagostins e camarões-rosa.

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Reserve tempo para visitar a Riviera de São Lourenço, um megaempreendimento incrustado na Mata Atlântica, com ruas e alamedas sombreadas, que já valem o passeio. Em seu centro comercial, há restaurantes estrelados que oferecem o que há de melhor da gastronomia nacional e internacional, a exemplo do Jangada, especializado em frutos do mar. O sofisticado Shopping Riviera sacia os prazeres das compras e presentes, além de dispor de uma boa área gastronômica.

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Nas férias escolares de julho, muitos eventos são realizados próximo ao shopping, como a beneficente Festa Julina com barracas cheias de delícias gastronômicas e brincadeiras, além de shows.

Por dentro do Forte São João

Tombado como patrimônio nacional, o Forte São João, fortaleza mais antiga do país e cartão-postal de Bertioga, localizado na desembocadura do canal de Bertioga, junto à praia da Enseada, concorre ao título de Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.

Sua origem remonta a 1532, quando a construção, ainda de paliçada, foi denominada Forte São Tiago; constituía-se em um dos locais estratégicos de defesa e vigia contra os franceses e seus aliados, os tupinambás, liderados por Cunhambebe, durante a Confederação dos Tamoios. A estrutura passou a ser de alvenaria somente em 1547, e a vida no local, na época, foi relatada pelo artilheiro alemão Hans Staden, responsável pela defesa da Vila de São Vicente.

Em 1563, os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta hospedaram-se no local por cinco dias, de onde partiriam para apaziguar os índios revoltados na Confederação dos Tamoios. No período, também teria sido registrado o Milagre das Luzes, de padre Anchieta quando, certa noite, ele foi levado da fortificação, de barco, até a Ermida de Santo Antônio do Guaibê, do outro lado do canal, para suas orações.

Segundo a lenda, o barqueiro teria sugerido ao padre que ficasse com o candeeiro, mas ele negou e pediu que ele voltasse ao Forte. A mulher do barqueiro acordou durante a noite com um som musical e, ao olhar pela janela, viu a Ermida iluminada. Por isso, também ficou conhecido como Milagre do Resplendor e Música no Céu. Este episódio é representado anualmente na cidade, durante o evento Celebração a São José de Anchieta, na segunda quinzena de junho.

Somente em 1765, quando reformada sua estrutura e reedificada a capela, recebeu o nome do padroeiro da cidade, São João Batista. Nos dias atuais, os visitantes encontram no terraço as guaritas nas pontas da edificação e aproveitam o local como mirante. Em seu interior, são expostos artefatos que representam uma parte da história, como canhões, armaduras de guerra, quadros e esculturas.

O Forte São João fica no Parque dos Tupiniquins, no qual despontam dez estátuas, confeccionadas pelo artista santista Gilmar Munhoz, que representam partes da nossa história por meio das esculturas, em tamanho natural de seus protagonistas, a exemplo dos padres jesuítas Anchieta e Manoel da Nóbrega, do índio Cunhambebe e do explorador holandês Hans Staden.

*Localização: Parque dos Tupiniquins - avenida Vicente de Carvalho, s/nº, Centro.

Abre à visitação gratuita aos fins de semana e feriados, das 9h às 18 horas.

Rapel

De fácil acesso, o costão rochoso, que separa as praias do Indaiá e de São Lourenço, já se tornou a escolha de muitas pessoas para a prática de rapel, uma atividade ideal para dias de baixas temperaturas. Aos aventureiros, 20 metros de descida vertical em corda. Além da adrenalina, pode-se desfrutar da paisagem exuberante do entorno.

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Para garantir a segurança deste atrativo de média dificuldade, o município dispõe de instrutores capacitados e cadastrados na prefeitura. Na cidade, o passeio é operado pela empresa Verticalize, com agendamento para grupos de, no mínimo, cinco pessoas, aos fins de semana. É indicado o uso de roupas leves, tênis, protetor solar e repelente. Por se tratar de quatro horas de descidas – que podem ser repetidas quantas vezes o praticante quiser – é recomendado também que se leve água e alimento.

*Dificuldade: média (indicada a partir de sete anos);

Valor individual: R$ 60;

Agendamento: (13) 99751 0547/ 99757 6495

Aldeia indígena

As Terras Indígenas do Rio Silveira, localizadas na divisa entre Bertioga e São Sebastião, é outro interessante destino no município. A área, ocupada por aproximadamente 500 indígenas, mantém as tradições da língua, caça, pesca, plantio e artesanato.

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A experiência é ímpar por mostrar, in loco, as atividades dos indígenas, seus costumes e eventos, além de um passeio pelo local, que conta com uma trilha em meio à Mata Atlântica, cortada pelo rio das Antas, até uma cachoeira que forma um poço convidativo para se refrescar. Na aldeia, os produtos vendidos, como artesanato, plantas e palmito pupunha, transformam-se em renda para o povoado e constitui-se na base de sua economia.

*Endereço: entrada pela SP-055, Km 189 (São Sebastião);

Agendamento: (13) 99147 1627, com Liveis de Lima.

 Caminhar para aquecer

Suas pegadas de inverno também podem ser deixadas nas trilhas do Parque Estadual Restinga de Bertioga (Perb). A caminhada reserva cenários incríveis, por este que é um dos últimos remanescentes de restinga do estado e em alto estágio de conservação, com ricas fauna e flora. É aconselhável se ater e admirar o que a natureza oferece, a área é perfeita para observação de aves, estudos e expedições fotográficas.

São 12 trilhas, mas, atualmente, apenas três:  d’Água; Guaratuba; e Itaguaré, estão estruturadas; as demais, embora divulgadas em fevereiro deste ano, ainda precisam de adequação para a visitação, o que está previsto para ocorrer até o início de 2020. Os passeios só podem ser feitos com acompanhamento de monitores.

Mais informações:

Associação Bertioguense de Ecoturismo (Abeco): (13) 3317 1835;

Associação de Monitores Locais (Amolb): (13) 3317 5970.

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