Museu de Pesca de Santos: embarque nessa aventura marinha

Passeio diferenciado com o pé na Ponta da Praia

Luciana Sotelo
Publicado em 28/01/2019, às 12h47 - Atualizado em 23/12/2020, às 09h10

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Luciana Sotelo
Luciana Sotelo

Imagem acervo site

Oceanos são fontes inesgotáveis de vida, de lendas e mistérios. Habitats naturais de milhares de seres, alguns amados, outros temidos, seja como for, animais que chamam a atenção de crianças e adultos. E que tal ver algumas dessas espécies bem de pertinho?  Um pouco desse mundo fascinante pode ser desvendado no Museu de Pesca de Santos. Embarque nessa aventura pelos sete mares!

E como toda história de mar que se preze tem ataque pirata, essa não é diferente! Antes de adentrar no imenso casarão de dois andares, o visitante depara-se, ainda no jardim, com um canhão que remete a uma viagem no tempo, à época em que o local abrigava o Forte Augusto, aliado à  Fortaleza de Santo Amaro da BarraGrande  na defesa da entrada do estuário contra a ação dos corsários. Um capítulo fascinante que começa a ser escrito ainda no século XVIII. Quem explica é Mônica Doll Costa, diretora do Museu: “Diz a lenda que um ou dois canhões do Forte permanecem enterrados no jardim”.

Se, do lado externo já fica um gostinho de quero mais, ao entrar, não se quer mais sair. Fica-se diante de peixes incríveis, tartarugas, aves e até com os temidos reis dos mares, os grandes tubarões de dentes afiados que tornam o roteiro ainda mais interessante. 

Imagem acervo site

Ainda no térreo, é possível admirar miniaturas de embarcações de pesca e matar a saudade de dois adoráveis animais, verdadeiros queridinhos da população santista. Trata-se do leão marinho Macaé e do lobo marinho Macaezinho, antigos habitantes do Aquário Municipal de Santos.

Imagem acervo site

O carro-chefe do museu continua o mesmo, desde a data de inauguração: o esqueleto da baleia-fin (Balaenoptera physalus). São 93 ossos que, somados, totalizam 23 metros de extensão e 7 toneladas. 

A baleia-fin é a segunda maior baleia, medindo entre 21 e 26 metros e pode pesar de 45 até 80 toneladas. Seu canto é o mais forte e pode ser ouvido a uma distância de até 850 km. Alimenta-se de alguns invertebrados, pequenos peixes e ocasionalmente de lulas. É a espécie que vive por mais tempo; alguns indivíduos chegam até os 100 anos de idade, e hoje, infelizmente, também está na lista dos animais ameaçados de extinção. É uma espécie encontrada em todos os oceanos.

Baleia ou submarino de guerra?

A baleia do museu tem uma história surpreendente. Ela encalhou em 1942, época da guerra, nas praias do município de Peruíbe; a população de lá achou que se tratava de uma invasão de um submarino inimigo e ficou por dias escondida em suas casas. Apenas o mau-cheiro da decomposição do animal é que os convenceu que se tratava de uma baleia e não de uma máquina. Então, uma equipe de cientistas e pesquisadores foi chamada; eles a resgataram, descarnaram, desmontaram e a trouxeram para Santos de trem. O esqueleto foi remontado e exposto no museu, compondo seu acervo permanente. É a peça mais antiga do local.

Ala lúdica

Se diversão não tem limites, a Ala Lúdica promete uma boa farra. São muitas as atrações. Na Sala do Barco, por exemplo, a proposta é levar o visitante a soltar “as amarras”, segurar firme no timão e se lançar numa viagem até o Parque Ecológico Lage de Santos. A sensação é de se estar navegando. Na Sala do Mar, o público pode admirar os ecossistemas marinhos. Na programação, estão o manguezal, praia arenosa, costão rochoso e fundo arenoso. O convite é para uma expedição exploratória bem próxima da realidade.

Em breve, mais duas salas serão inauguradas, o Quarto do Capitão e a Sala do Imaginarium. Esta última, um apelo para a problemática da pesca fantasma. 

Trajetória até se tornar museu

Em 1894, a estrutura do Forte Augusto foi destruída durante a Revolta da Armada. Depois, em 1905, o proprietário da área, o Ministério da Marinha, construiu no lugar das ruínas, um prédio para instalar a Escola de Aprendizes de Marinheiros. Na década de 1930, o empreendimento foi cedido à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo e lá se instituiu a Escola de Pesca da Baixada Santista, que então passou a se chamar Instituto de Pesca Marítima.

Com a chegada de um acervo do Gabinete de História Natural, surgiu o embrião do Museu de Pesca. Com o passar dos anos, o abandono escreveu alguns capítulos nessa trajetória; o local esteve fechado por várias vezes, mas resistiu ao tempo para trazer ao público uma mensagem nobre, de preservação do ambiente marinho e pesca consciente. 

Gostou e quer visitar? 

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O Museu de Pesca de Santos fica na avenida Bartolomeu de Gusmão, 192, na Ponta da Praia, em Santos. Telefone para mais informações: (13) 3261 5260. 

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