DE CORTAR O CORAÇÃO

Mulher se comove com família e bebê abandonados na chuva e os abriga em sua casa em Praia Grande

Moradora, mãe de duas crianças, encontrou família abandonada com bebê, na rua, ao sair do trabalho e não conseguiu ser indiferente, abrigando-os em sua própria casa; “Eu tenho uma filha pequena, e pensei na hora: é como se fosse eu com minha filha”

Da redação
Publicado em 28/07/2021, às 10h19 - Atualizado às 11h41

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Família pedia comida no frio e chuva em Praia Grande e foi abrigada por moradora; ao meio bebê Alice; à direita, Agatha, de 16 anos, expulsa de casa pela família por ser transsexual Mulher se comove com bebê abandonado na chuva em Praia Grande e o abriga e - Imagem: Reprodução / Acervo Pessoal / Ana Paula Marques
Família pedia comida no frio e chuva em Praia Grande e foi abrigada por moradora; ao meio bebê Alice; à direita, Agatha, de 16 anos, expulsa de casa pela família por ser transsexual Mulher se comove com bebê abandonado na chuva em Praia Grande e o abriga e - Imagem: Reprodução / Acervo Pessoal / Ana Paula Marques

Uma mulher abrigou uma família com uma bebê, após encontrá-los abandonados na rua em Praia Grande, no litoral de SP. Durante uma chuva forte, ao sair de seu trabalho em um supermercado no bairro Nova Mirim indo em direção à sua casa, no bairro na vila Sônia, a mulher, mãe de duas crianças, afirma que se deparou com a mãe segurando a bebê no colo e uma menor. 

“Estava vindo do meu trabalho, encontrei eles na rua, na chuva. Me pediram uma bolacha. Falei que não tinha. Perguntei se elas iriam dormir na rua. Na chuva. Disseram que sim, porque não tinham onde ficar”, afirmou Ana Paula da Silva Marques, de 20 anos, em um tocante relato feito na madrugada de hoje, horas após o resgate.

Sensibilizada ao encontrar a família abandonada à própria sorte, ela os levou para sua própria casa e, marca de tempos sombrios, ainda se envergonhou por ser solidária. “Não me julguem por ajudar”, pediu ela, que justificou-se. “Eu tenho uma filha pequena e pensei na hora: é [como] se fosse eu com minha filha, então resolvi ajudar e colocar dentro da minha casa essa noite”.

Posteriormente, Ana Paula descobriu um pouco sobre a história das três. A família é composta por uma mãe, de 20 anos, Alice, sua bebezinha, e Agatha, de 16 anos, prima de ambas, afirmou Ana em entrevista ao Portal Costa Norte na manhã desta quarta-feira (28).

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A prima, transsexual, vítima de transfobia familiar no país que mais mata trans no mundo, teria sido expulsa de casa pela própria família por ser quem é. "Eu saí para trabalhar hoje e deixei elas em casa", diz Ana.  

Ela afirma que vive um dilema. Por um lado, sua consciência não a permite deixar a família abandonada à própria sorte, na chuva e frio, por outro, não tem condições de manter a mãe, a criança e a menor permanentemente em seu lar. “Não tenho condição e não posso deixar essa criança dormir na rua na chuva”, reflete. 

A solução encontrada por ela foi apelar à solidariedade de outros moradores. “Peço ajuda de todos para poder ajudar eles. Quem puder ajudar, por favor, me chama que irei buscar. Pode ser roupas, alimentos, fralda, o que puder. Diz ela, que disse ter a intenção de alugar um espaço para as famílias.

O caso repercute nesta quarta-feira (28) na cidade. Uma ONG da cidade prometeu apoiar Ana Paula em sua saga solidária para ajudar a família.

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