DESESPERO DE QUEM TEM FOME

Mães pedem volta do 'cartão Alelo' em Santos

No cartão era depositada a Bolsa-Alimentação, com valores entre R$ 55 e R$ 101, para famílias de alunos que deixaram de ir à escola por conta da pandemia

Marina Aguiar
Publicado em 30/03/2021, às 15h01 - Atualizado às 16h29

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Mães fizeram apelo nas redes sociais Mães pedem volta do 'cartão Alelo' em Santos - Reprodução/Facebook
Mães fizeram apelo nas redes sociais Mães pedem volta do 'cartão Alelo' em Santos - Reprodução/Facebook

https://www.youtube.com/watch?v=Ey7qP5HuiMA

Um grupo de mães de Santos se uniu para reivindicar a volta do Bolsa-Alimentação, chamado por elas de 'cartão Alelo'. O benefício foi concedido em maio de 2020 às famílias de alunos que deixaram de ir às escolas da rede municipal de ensino em decorrência da pandemia de covid-19. Apenas famílias beneficiárias do programa Bolsa Família ou registradas no Cadastro Único (CadÚnico), do governo federal, tiveram direito ao cartão.

Os valores destinados pela prefeitura eram de R$ 101,00 para os alunos de creche, R$ 63,00 para os de pré-escola e R$ 55,00 para os de ensino fundamental, por um período de dois meses. No entanto, em dezembro de 2020, a prefeitura de Santos liberou mais quatro parcelas de uma vez às famílais. “Entendemos por bem pagar quatro parcelas de uma vez só, para que essas famílias tenham um fim de ano melhor, devido às dificuldades que passaram”, declarou à época o então prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB).

Desta forma, os valores disponibilizados ficaram em R$ 404 para os alunos de creche, R$ 254 para os da pré-escola e R$ 220 para os do ensino fundamental.

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Fim do benefício

Após a mudança de gestão e a expectativa da volta às aulas em 2021, o benefício não foi prorrogado e as mães sentiram a falta do complemento no bolso e na geladeira. "Tá fazendo falta pra muitas mãezinhas. Hoje está tendo cesta básica, mas o cartão Alelo serve pra comprar mistura, álcool em gel, candida, sabão em pó, detergente, fralda, leite... tá fazendo falta", declarou a representante das mães, Esther Bolívia Neves, que perdeu o emprego durante a pandemia.

Com o novo surto de covid-19 e o lockdown imposto às cidades da Baixada Santista, as aulas foram novamente suspensas e não há previsão de volta. Segundo Esther, que mora no bairro Rádio Clube, na Zona Noroeste, além dela, outras centenas de mães estão sofrendo com a falta do cartão. "Tenho relato de mães que estão pro final da feita pegar resto, indo pra supermercado pedir pro gerente coisas que estão vencidas pra trazer pra casa pra comer. 

Outra mãe do grupo, Andrea Cristina Neves Ferreira, afirmou que conseguiu fazer a ceia de Natal e Ano Novo com a ajuda do cartão. "Eu moro na favela, tem gente aqui que não tem nem o arroz pros filhos, esse cartão ajudou a vida de muita gente. Em janeiro, ficamos esperando o pagamento do cartão e não veio. A cesta básica é boa, mas não supre a necessidade de uma família", lamentou Andrea, que é mãe de quatro filhos e tem uma neta.

Cesta básica entregue nas escolas da rede municipal Mães pedem volta do 'cartão Alelo' em Santos (Andrea Cristina Neves)

Para reivindicar o benefício, as mães se uniram em grupos de WhatsApp e fizeram publicações em redes sociais da cidade

Resposta

Questionada, a prefeitura informou, por meio de nota, que a Seduc (Secretaria de Educação) explicou que a ação foi realizada em caráter emergencial e cumprida na íntegra, de acordo com legislação vigente, nos meses de maio a julho de 2020. "Em dezembro de 2020, a prefeitura liberou ainda mais quatro parcelas do benefício para as famílias de 8,3 mil estudantes da rede municipal de ensino em Santos".

A Seduc informou, ainda, que não há previsão para retomada do cartão Bolsa-Alimentação e que, para o atendimento das famílias que tem filhos matriculados na rede municipal de ensino, estão sendo distribuídas cestas básicas.

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