Levantamento da Segur aponta aumento preocupante no índice de óbitos em acidentes de trânsito, com maior incidência em trechos específicos da cidade
Redação
Publicado em 20/10/2023, às 08h51
A prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, registrou 67 mortes em acidentes envolvendo motocicletas de janeiro a setembro deste ano. Segundo o relatório do Departamento de Trânsito da Secretaria de Segurança Urbana (Segur), o número é mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 32 óbitos.
As curvas da Praia Deserta, entre Figueiras e o bairro São Francisco, a Praia Preta do Centro e um trecho do Arrastão são identificados como os locais com maior incidência de acidentes fatais. No mês de setembro, 15 registros foram contabilizados, indicando uma média de um óbito a cada dois dias.
A análise dos números aponta para um aumento constante ao longo do ano. O primeiro óbito ocorreu em janeiro, com o índice crescendo exponencialmente nos meses seguintes: 2 em fevereiro, 3 em março, 6 em abril, 7 em maio, 8 em junho, 11 em julho e 14 em agosto. O mês de outubro já registrou um acidente fatal.
Diante desse cenário preocupante, a prefeitura de São Sebastião tem tomado medidas para melhorar a segurança no trânsito. A colocação de faixas de pedestre foi reforçada, e trechos urbanos receberam a inscrição Devagar, Curva com o objetivo de alertar os motoristas e motociclistas para a necessidade de precaução.
Adriano Nogueira, diretor do Departamento de Trânsito, explica que os acidentes envolvendo motocicletas costumam ser resultado de múltiplos fatores, como excesso de velocidade, veículos em má conservação, falta de atenção, desobediência à sinalização, distância de segurança não respeitada e o uso de álcool.
Como parte dos esforços para reduzir o número de acidentes, o município e a Polícia Militar têm intensificado ações de conscientização, educando os motociclistas sobre a importância de seguir as regras de trânsito. Além disso, as autuações têm aumentado devido à condução inadequada dos motociclistas, incluindo ultrapassagens em locais proibidos e a falta de equipamentos de segurança, como o capacete.
De acordo com dados do Departamento de Trânsito, no ano de 2022, foram registradas 11 infrações de ultrapassagem forçada e 116 pela contramão. Em 2023, até 17 de outubro, esses números dispararam para 611 ultrapassagens forçadas e 157 ultrapassagens pela contramão.
É importante destacar que ultrapassagens proibidas e rachas são infrações de trânsito gravíssimas, passíveis de penalidades severas. O artigo 203 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) considera infração ultrapassar pela contramão outro veículo em curvas, aclives e declives sem visibilidade suficiente, nas faixas de pedestre, nas pontes, viadutos ou túneis, parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação, e onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela.
