SUSTENTABILIDADE

Aldeia Rio Silveiras tem oficina aberta para construção de esgoto ecológico

Interessados em aprender mais sobre o sistema podem se inscrever por meio de formulário; atividade é gratuita e vai até quinta-feira (9)

Rebeca Freitas
Publicado em 08/11/2023, às 09h55 - Atualizado às 12h05

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Oficina acontece no núcleo Rio Pequeno, da aldeia Rio Silveiras - Reprodução / GoPasseios
Oficina acontece no núcleo Rio Pequeno, da aldeia Rio Silveiras - Reprodução / GoPasseios

Uma oficina para aprender sobre técnicas de tratamento ecológico de esgoto foi iniciada na terça-feira (7) na Aldeia Guarani Rio Silveiras, em Boracéia, São Sebastião. A atividade prossegue nesta quarta (8) e quinta-feira (9) e é voltada para os povos origiários e para o público geral que tiver interesse. 

A inscrição é gratuita e pode ser feita mediante o preenchimento de um formulário.  Interessados em almoçar por lá podem contribuir com uma taxa de colaboração para a refeição no valor de R$ 25 por dia. Mais informações podem ser obtidas com o Pajé Sérgio Macena Karai no telefone (12) 98882 0419. 

O sistema ecológico apresenta diversos benefícios. Além de ter o esgoto tratado com eficiência, ele reduz os riscos de propagação de doenças de veiculação hídrica. O sistema também promove integração com o paisagismo, criação de microclima, atração de biodiversidade, produção de alimento, e eficiência de mais de 90% na remoção de matéria orgânica.

Luan Harder, engenheiro sanitarista parceiro do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA), explica que a técnica idealizada para tratar o esgoto do centro de visitantes do núcleo Rio Pequeno, da aldeia Rio Silveiras, é capaz de tratar um alto volume de escoamento. “O sistema foi pensado no custo-benefício, num sistema que pudesse ser rápido de construir, uma eficiência muito boa e ecológico. Um sistema de alta eficiência que atenda uma vazão grande, porque é um lugar para receber eventos, então pode chegar a 40, 50 pessoas ali num dia grande”, coloca. 

O sistema biodigestor utiliza plantas que ajudam a decompor matéria orgânica. “Ao invés da gente devolver um recurso importante, que é água com nutriente, para a natureza simplesmente desperdiçar, a gente reaproveita isso para fazer uma integração com o paisagismo, produzir alimentos”, diz Harder. “As próprias plantas também que a gente está usando ali, principalmente as bananeiras, lírio do brejo, taioba, helicônias, costela de adão, alpinhas, cana da índia, têm essa capacidade de tratar a água”, complementa. 

O sistema custa entre 10 e 15 mil reais, mas está sendo oferecido gratuitamente para a aldeia por voluntários da Aliança Territorial. “É incomparável o custo com um sistema convencional, mesmo que seja uma fossa séptica, ela vai ter uma eficiência aí de no, máximo, 50%, enquanto um sistema que a gente está construindo tem mais de 90% de eficiência, tem baixa manutenção; uma fossa séptica vai ter alta manutenção, retirada de lodo, a gente está construindo um sistema que não precisa de retirada de lodo, então um sistema praticamente zero de manutenção”, finaliza o sanitarista.

Sobre os organizadores 

A Aliança Territorial é uma iniciativa que propõe fortalecer o modo como entendemos a filantropia, com objetivo de experimentar um  modelo de atuação coletiva em diferentes territórios, incorporando as experiências, ferramentas e metodologias dos membros da Aliança.

Além da FunBEA, fazem parte também: Casa Fluminense, Instituto Comunitário Baixada Maranhense (Baixada), Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM), Instituto Procomum (IP), Redes da Maré e Tabôa Fortalecimento Comunitário.

Rebeca Freitas

Rebeca Freitas

Formada pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp)

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