1,2kg de sementes serão utilizadas para abranger a área total a ser restaurada; cronograma prevê três meses de execução
A área atingida pelas fortes chuvas, na costa de São Sebastião, no litoral norte, em fevereiro do ano passado, e que resultou em tragédia com 64 mortes, será reflorestada com a ajuda de drones elétricos e cápsulas biodegradáveis nas ações de plantio.
O projeto 'Restaura Litoral' foi desenvolvido pelo Instituto de Conservação Costeira (ICC), em parceria com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Fundação Florestal e patrocínio da Concessionária Tamoios. A ação pretende reparar as áreas devastadas pelo debris flow, que é o fenômeno de deslizamento de solo, água, rochas e árvores, encosta abaixo. O volume de massa que desceu pela serra deixou pontos em aberto na mata, totalizando mais de 203 hectares que devem ser restaurados pelo projeto.
Esse é um projeto piloto e inovador, que utiliza tecnologia de ponta, como drones e inteligência artificial. A técnica proposta para o recobrimento do solo é a da semeadura aérea por drones. De acordo com as informações, o modelo foi escolhido em virtude da dificuldade de acesso aos locais que serão restaurados que, muitas vezes, não possuem trilhas ou meios de chegada por via terrestre.
O drone utilizado para semeadura carrega até 20 mil biocápsulas por voo. Ao entrar em contato com a água, as biocápsulas se dissolvem e liberam as sementes, dando início à germinação. A estimativa prevê 1,2kg de sementes para abranger a área total a ser restaurada, com um cronograma de três meses de execução. O monitoramento da área deve levar três anos.
A tragédia deixou o litoral norte em estado de calamidade e completou um ano dia 19 passado. Deslizamentos de terra, provocados por um temporal histórico, causaram mortes e destruição, principalmente em São Sebastião.
Estéfani Braz
Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila