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Como o TikTok está mudando a forma de os jovens consumirem moda

A rede social, que é febre entre adolescentes e jovens de todo o mundo, tem ditado normas sociais e mudado a percepção de muita gente sobre a própria aparência.

Henrique
Publicado em 30/03/2021, às 11h36 - Atualizado às 16h49

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Pixabay
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O TikTok é consumido, sobretudo, pela geração Z, definição dada para as pessoas que nasceram entre os anos 1995 e 2010. Submetidos à influência da tecnologia desde cedo, esses indivíduos criaram as suas percepções de mundo através de discussões online, conteúdos multimídia e trends velozes.

Ao contrário das antigas gerações, que ainda podem ter uma percepção bastante “encaixotada” sobre o que é bem-estar, elegância e beleza, as pessoas da chamada geração Z preferem um shorts confortável a um salto alto, camisetas largas a espartilhos e maquiagens naturais a cobertura intensa.

Já adiantamos que a tendência é essa: a naturalidade. Quem consome os conteúdos do tiktok ou passeia por lá deve ter percebido que existem tutoriais para enfatizar as olheiras ou, ao menos, para não disfarçá-las; além disso, não é difícil esbarrar em vídeos que buscam desfazer o mito da beleza e explicar por que uma cirurgia plástica não é tão simples quanto parece.

Como a moda se vê diante dessa mudança de mentalidade, tão significativa após o fenômeno Kardashian (sim, a família conhecida pelos exageros no Photoshop e pela quantidade de intervenções estéticas)?

O imperfeito como regra

Algumas marcas de grande porte já têm trabalhado o conceito da imperfeição na divulgação de seus produtos. Uma delas, bastante conhecida entre o público mais jovem, apostou no slogan "Remover o filtro", ferramenta das redes sociais que tem sido apontada como gatilho de disforias de imagem e ansiedade.

Nada é por acaso quando se trata de um movimento global. A busca pela quebra dos padrões estabelecidos — pelo reconhecimento de uma pele com marcas, pela valorização dos traços individuais — realmente ganhou terreno. A tendência é que isso cresça ainda mais.

No campo da moda, as roupas têm sido vistas como elementos para a construção de personalidade. Inspirados por Billie Eilish, ícone da Geração Z, os jovens têm preferido peças mais largas, que não enfatizam as curvas do corpo, com estampas e modelagens diferenciadas.

As cores e padrões são bastante variáveis: há espaço para o pretinho básico, é claro, mas há também neon, correntes, bolinhas e figuras surrealistas. Tudo isso, veja, é colocado não apenas na modelagem padrão das camisetas e bermudas, mas em vestidos destruídos, casacos oversized e calças largas amarradas com cadarços.

O que esperar da moda para os próximos anos?

Essa é uma pergunta difícil, já que a indústria toma caminhos inesperados e as tendências podem ser sobrepostas a qualquer momento. Apesar disso, tudo indica que o caminho, a partir de agora, nos levará para uma moda mais inclusiva, voltada para corpos e percepções de si mesmo que, até então, não tinham grande destaque.

A autoestima e aceitação do biotipo têm sido assuntos muito comentados nas redes sociais. No TikTok, embora haja um movimento bastante preocupante que faz apologia a corpos magros, a maior parte dos conteúdos tem sido voltada para a avaliação das mentiras que são colocadas na internet acerca de comportamentos e corpos outrora tidos como perfeitos.

Após exporem as edições feitas em fotos e vídeos por influenciadores digitais, os usuários têm pedido a outros que parem de consumir tais conteúdos e que prefiram materiais de pessoas que aceitem suas “imperfeições”, uma vez que são apenas características e não atributos de beleza. Se em outro momento isso parecia impossível, a geração Z tem se mostrado a favor de abandonar os antigos influenciadores e abraçar os novos. O tempo dirá.

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