Entenda como os cachorros evoluíram ao longo da história

O fiel companheiro do homem iniciou a relação devido à facilidade de obter alimentos, oferecendo proteção como retribuição

Henrique Gear SEO
Publicado em 13/08/2020, às 11h01 - Atualizado em 24/08/2020, às 00h44

FacebookTwitterWhatsApp
Reprodução/Internet
Reprodução/Internet

Há cerca de 15 mil anos, homens e cães convivem pacificamente no mesmo ambiente. Entretanto, para atingir esse estágio de harmonia, a espécie canina teve que passar por uma série de alterações evolutivas. No início, os nossos queridos companheiros sequer latiam ou se comportavam como hoje estamos habituados.

Diversas teorias tentam explicar a aproximação dos lobos aos humanos, bem como a maneira pela qual esses animais foram domesticados, distinguindo-se entre , caça, pastorais, guarda e, enfim, estimação.

Os cachorros certamente são descendentes dos lobos, e o conceito mais reconhecido diz que lobos-cinzentos — espécie de mamífero canídeo do gênero Canis, sobrevivente da Era do Gelo — passaram a ficar por perto de certas tribos para se alimentarem dos restos de comida, não precisando, assim se arriscar na caça.

Instintivamente, os animais perceberam que seria vantajoso estar próximo dos homens e passaram, naturalmente, a compartilhar o território. Os humanos também notaram uma excelente serventia da aproximação: com lobos ao redor, percebeu-se que havia uma proteção maior contra o ataque de outros animais selvagens. Estabeleceu-se, assim, o mutualismo.

Melhor amigo do homem

O tempo passou e novas gerações, de ambos os lados, foram concebidas, consolidando uma familiarização entre as espécies. Os lobos filhotes já não sabiam como caçar sozinhos, se aproximando ainda mais das pessoas — certamente por maiores necessidades. E assim, nasceu a relação de fidelidade mais longa da história: o cão e o homem.

Dois fatores concretizaram ainda mais a convivência: os cachorros passaram a enxergar o homem como provedor de alimento, considerando-o líder; já os humanos, no decorrer do progresso técnico, deixaram de viver unicamente da caça, explorando também a agricultura e criação de bovinos e ovinos.

Devido às novas condições, os cães precisaram se adaptar, passando de caçadores para pastores. Essa adequação foi realizada por meio de cruzamentos e seleções genéticas. Aqui, se iniciou a multiplicação de raças que deram origem aos pets que conhecemos hoje.  

Abaixo, vamos explicar as diferentes funções praticadas pelas diversas raças, bem como o contexto de suas criações.

Cães de trenó

As evidências mais antigas já encontradas que fazem menção à domesticação canina, atuante em uma prática da sociedade humana, estão datadas em 9 mil anos atrás.

Os indícios remontam à atual ilha de Zhukov, na Sibéria, que, à época, não possuía nenhuma ligação com a área continental. Assim, os cães eram empregados como meio de transporte, responsáveis por puxar trenós de neve — sendo ainda utilizados na caça.

Apesar do grande esforço, os animais estavam adaptados à atividade. Apresentavam pelagem grossa, vigor físico, patas mais largas, resistência — alternando, em suas corridas, diferentes velocidades — e, sobretudo, espírito coletivo.

Pode-se dizer que essas raças foram ainda mais desenvolvidas por outros povos pertencentes ao Círculo Polar Ártico, como os esquimós, por exemplo. Desempenharam papel fundamental no final do século 19 e início do 20, na reconhecida Era Heroica da Exploração da Antártida.

Os principais exemplares são: Malamute-do-Alasca, Husky Siberiano e Cão da Groenlândia.

Cães pastorais

Como mencionado anteriormente, essa categoria canina foi desenvolvida juntamente à evolução humana sobre a pecuária. Assumem as posições de pastores, guias e protetores do rebanho.

Para não causar danos, caso precisassem perseguir um boi ou ovelha, seus aspectos predatórios foram modificados geneticamente, atenuando-os. Independentemente do porte, as características fundamentais para o cargo são confiança, inteligência, atenção e agilidade.

As raças pastorais foram disseminadas por todo o mundo, e as principais são: Pastor-Belga, Border Collie, Komodor, Rottweiller e Mastim Espanhol.

Cães de caça

Essa talvez seja a linhagem mais antiga, devido aos atributos ancestrais. A caça requer o desenvolvimento de uma série de habilidades, exigindo apuração dos sentidos, além de agilidade, atenção, inteligência e obediência.  

Após a atividade deixar de ser uma necessidade, os animais passaram a ser treinados para outras finalidades, sobretudo policiais, como farejadores, apontamento de presas, resgates, etc.

Podemos citar como as raças mais conhecidas o Cocker Spaniel Americano, Golden Retriever, Labrador, Poodle, Setter Inglês e Pointer Inglês.

Cães de guarda

Essa é a função mais comum empregada aos cães. Seja em casas, terrenos ou até mesmo pontos comerciais, alguns indivíduos descendentes dos lobos são exímios guardas. E não é de hoje: desde o Império Romano, por exemplo, mosaicos na entrada das casas sinalizavam a presença de cães de guarda no ambiente.

Hoje, mesmo que algumas raças pastorais ou de caça sejam utilizados como guarda, alguns exemplares foram desenvolvidos especificamente para a função.

Seus representantes são: Doberman, Pinscher, Akita, Boxer, Chow-Chow, Cane Corso, Fila Brasileiro e Bull Terrier.

Cães de estimação

Embora haja braveza e temperamentos aflorados, os cães de estimação são marcados pela obediência, inofensividade e pequenez. Os cruzamentos e modificações genéticas contribuíram exatamente para o acréscimo de fofura aos perfis — olhos grandes, tamanho restringido, pelos finos e facilidade de adestramento.

O homem sempre se encantou com os cachorros que apresentam essas qualidades, fazendo com que esses pets se espalhassem por diferentes culturas e épocas.

As raças mais comuns de estimação são: Shi-tzu, Fox Terrier, Poodle, Maltês, Beagle, Chihuahua, Lulu da Pomerânia e Pug.

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!