COLUNA COLETTI

Neste domingo, eleições dos novos dirigentes do Brasil

O tão sonhado “Brasil que eu quero no futuro” estará indo para o espaço, para desespero do cidadão brasileiro

Estela Craveiro
Publicado em 04/10/2018, às 11h30 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h35

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Fernando Haddad e Jair Bolsonaro - Divulgação
Fernando Haddad e Jair Bolsonaro - Divulgação

Neste domingo, 7 de outubro, das 8h às 17 horas, 147 milhões 306 mil e 275 eleitores, em todo o país, estarão aptos a comparecer às urnas para as eleições do novo presidente da República, dos governadores das 27 unidades da Federação, de 54 senadores (dois para cada estado), 513 deputados federais, os deputados das Assembleias Legislativas e os 24 deputados distritais de Brasília. Esses cargos serão disputados por milhares de brasileiros, que se credenciaram junto à justiça Eleitoral. São 13 candidatos à presidência da República, 202 aos governos estaduais, 358 ao Senado Federal, 8.595 à Câmara dos Deputados, 17.980 às Assembleias Legislativas, e 981 candidatos à Câmara Distrital do Distrito Federal.

Pelas pesquisas eleitorais do Ibope e Datafolha, é tida como certa a realização do segundo turno, para definir a escolha do novo presidente da República e de pelo menos oito dos 27 governadores.  O segundo turno foi, inclusive, já marcado para 28 de outubro, dele participando os dois candidatos mais votados no primeiro turno, tanto na corrida presidencial como na estadual.

Os resultados das votações serão conhecidos minutos depois de fechadas as urnas. A expectativa do Tribunal Superior Eleitoral é que os resultados das eleições em todo o país sejam do conhecimento público até a meia-noite. O presidente e os governadores eleitos serão empossados no dia 1° de janeiro de 2019, para o cumprimento de um mandato de quatro anos, até 31 de dezembro de 2022. Os deputados e senadores serão empossados um mês depois, no dia 1° de fevereiro.

Segundo as pesquisas eleitorais, a grande incógnita das eleições desse ano será o número de votos brancos e nulos, que ficará à margem do processo eleitoral. Será a demonstração do tamanho do desencanto dos eleitores brasileiros em relação à classe política do nosso país.

Bolsonaro ou Haddad

As eleições desse ano estão bem diferentes das realizadas depois da promulgação da Constituição de 1988. Antes, cada disputa presidencial foi uma guerra entre PT e PSDB, com FHC duas vezes presidente, Lula outras duas vezes, e Dilma, que foi cassada no segundo mandato.  Nos dias de hoje, o que se vê é uma radicalização entre dois extremos.  Numa ponta está a extrema-direita, liderada pelo capitão do Exército aposentado Jair Bolsonaro e o general Mourão. Está em confronto com o movimento esquerdista que quer trazer novamente o PT ao comando do Brasil e tirar o ex-presidente Lula da cadeia, onde foi colocado pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Lula indicou Fernando Haddad para liderar esse grupo, ao mesmo tempo que o transformou no seu substituto na corrida presidencial.

As pesquisas eleitorais apontam Bolsonaro e Haddad como adversários certos no segundo turno da corrida presidencial. Os dois têm chance de sair vitoriosos. Ficarão de fora os candidatos Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Pela primeira vez na história política do Brasil, os partidos do centro e da direita ficaram de fora do sistema de escolha do presidente da República. Tudo, no segundo turno, vai depender dos acordos e alianças que forem estabelecidos. Até o próximo dia 28, quando ocorrerá o segundo turno, o Brasil vai passar por momentos de alta dramaticidade, podendo acontecer fatos jamais pensados.

Estão esfregando as mãos com tamanha felicidade os líderes dos partidos que integram o centrão - DEM, PP, PSD, PTB, PR, PRB, Solidariedade. Eles perderam feio no primeiro turno, apoiando Geraldo Alckmin. Mas conseguirão eleger bom número de deputados e senadores, a ponto de só poder ser votada, na Câmara e no Senado, a matéria que o grupo recomendar. Resultado: o “toma lá, dá cá” voltará a funcionar plenamente.  O tão sonhado “Brasil que eu quero no futuro” estará indo para o espaço, para desespero do cidadão brasileiro.

Se o presidente eleito for Jair Bolsonaro, certamente, o Brasil passará por dias difíceis, conturbados. Isso porque ele vai tentar enfrentar os políticos profissionais que vierem a ser reeleitos, que vão querer continuar mandando no governo, como aconteceu até recentemente. Se Fernando Haddad for eleito, o PT sabe como domar a classe política. A Lava-jato está aí bem presente para contar essa história. E a primeira providência de Haddad, como presidente eleito, é encontrar uma saída para tirar Lula da cadeia e, provavelmente, nomeá-lo para ocupar alta função no novo governo do PT.

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