O novo governo

Novo presidente está ignorando por completo a influência de políticos e partidos, na formação do ministério

Cláudio Coletti
Publicado em 01/11/2018, às 12h09 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h47

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Reprodução / Internet
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O presidente eleito Jair Bolsonaro está decidido a anunciar sua equipe de governo neste fim de semana. Ele quer que todos seus ministros assumam suas funções em janeiro, já com o conhecimento de todos os problemas e necessidades que vão ter pela frente. O “cérebro econômico” do novo governo será o economista Paulo Guedes. Tem sido um dos conselheiros mais próximos de Bolsonaro, presente em todas as reuniões deliberativas da campanha eleitoral vitoriosa.

Paulo Guedes terá papel importante assumindo o aglutinado Ministério da Economia durante a gestão de um presidente, que é assumidamente fraco em temas econômicos. Ele vai manter ao seu lado um bom número de especialistas que atuaram na equipe do então ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Na presidência do Banco Central, deverá continuar Ilan Goldfajn. A economista Ana Paula Vescovi também deverá continuar à frente da Secretaria Executiva, enquanto a presidência do BNDES deverá ser ocupada por Carlos da Costa, ex-diretor da instituição. Para a presidência do Banco do Brasil, deverá ser nomeado Marcelo Labuto, hoje, vice-presidente de Negócios  e varejo do BB.

Outro setor-chave do governo, a Casa Civil, será comandada pelo deputado gaúcho (DEM) Onyx Lorenzoni. Ele integrou a campanha eleitoral do novo presidente desde o seu início, exercendo a função de coordenador político. Lorenzoni é um dos mais insistentes críticos do ex-presidente Lula, a quem acusa de ser o “chefe da quadrilha responsável pela corrupção no Brasil”.

O ministro da Defesa será o general Augusto Heleno, que chefiou a Missão de Paz do ONU, no Haiti, e foi comandante da Amazônia. Ele é tido como uma espécie de conselheiro na área de segurança pública. A ideia de Bolsonaro é reunir num só ministério a execução de todas as obras de infraestrutura do país. E essa missão deverá ser entregue ao general quatro estrelas Oswaldo Pereira.

Para comandar o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação deverá ser nomeado o astronauta Marcos Pontes. Ele é formado em engenharia astronáutica. Pontes foi o primeiro sul-americano a ir para o espaço, ao participar de uma missão especial em 2006. Ainda está para ser resolvida a questão da fusão dos Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente. Os ambientalistas estão protestando contra esta fusão. No Ministério das Relações Exteriores, a preocupação de Bolsonaro é escolher um nome que seja capaz de acabar com a influência do PT nos setores  chaves do Itamarati.

A registrar, na formação do ministério, é que o novo presidente está ignorando por completo a influência de políticos e partidos.

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