2016

Histórias que se mesclam

Um dos mais tradicionais bairros de Bertioga, o Rio da Praia, surgiu com a construção da colônia de férias do Sesc e, até hoje, é conhecido pelo nome da instituição que lhe deu origem.

Da Redação
Publicado em 06/03/2019, às 12h32 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h02

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Marcos Pertinhes
Marcos Pertinhes

Imagem acervo site

Bertioga guarda tesouros inigualáveis, sob os  mais diversos prismas: histórico, natural, humano... Entre eles, um tem grande importância turística e social, e se mescla ao bairro  de onde surgiu, dando-lhe, inclusive, parte de sua identidade: o Sesc Bertioga.

Foi ao redor de sua colônia de férias que nasceu o Rio da Praia, um dos mais antigos núcleos populacionais da cidade, e que se desenvolveu como resultado da migração de trabalhadores contratados pela unidade, no final da década de 1940. Muitos descendentes desses primeiros moradores ainda vivem no bairro que, apesar da intensa ocupação, mantém um  aspecto de cidade pequena, no qual as pessoas se conhecem e se cumprimentam pelo nome.

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Para chegar ao bairro é preciso seguir pela movimentada rodovia Rio-Santos ou por dentro da cidade, pelas avenidas Anchieta e João Ramalho. Qualquer que seja o caminho escolhido, o destino é uma praia de águas limpas e calmas, com faixa de areia larga e compacta, ótima para atividades esportivas ou uma caminhada à beira- mar. A orla é urbanizada, mas sem grandes intervenções. Alguns poucos prédios misturam-se à paisagem litorânea, complementada por quiosques e carrinhos que ocupam toda a extensão da praia e atendem bem os banhistas que querem aproveitar o dia inteiro de lazer. Apesar de bastante cheio aos finais de semana, o trecho de praia do bairro é tranquilo e permite diversão para a família toda. Há coqueiros e áreas gramadas em diversos pontos, que oferecem sombras e bons lugares para quem tem crianças. 

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Para os que gostam de um pouco mais de adrenalina, é possível contratar passeios de asa-delta motorizada, diretamente com o proprietário do equipamento, que sobrevoa a praia aos finais de semana. Se a ideia é ter maior contato com a natureza e conhecer a rica diversidade da Mata Atlântica, que cerca toda a cidade, uma boa sugestão é a Trilha D´Água. As paisagens do caminho impressionam pela beleza e pluralidade da fauna e flora locais e, no final da caminhada, há um ribeirão e uma cachoeira de águas cristalinas, no qual é possível renovar as energias com um banho refrescante. A incursão precisa ser feita com acompanhamento de monitores locais, que podem ser contratados por meio das agências de turismo da cidade. Apesar do evidente crescimento, o Rio da Praia ainda não conta com mercados e lojas de grande porte, mas seu comércio é variado e atende bem à comunidade. A rede hoteleira é diversificada e oferece desde pequenas estalagens, com quartos conjugados, até hotéis ‘pé na areia’, com infraestrutura de lazer e serviços de bar e restaurante. Quem é comerciário tem a opção de ficar na unidade do Sesc, mas, para isso, precisa ser associado à  entidade e participar de uma seleção prévia.

Turismo e comprometimento social 

 Instalado em uma área de aproximadamente 1,2 milhão de metros quadrados, que se estende da praia até o sopé da Serra do Mar, o Sesc Bertioga é referência quando o assunto é turismo. Construí- do em uma época em que não existiam no Brasil colônias de férias com instalações próprias, serviu como modelo para centenas de outras em toda a América Latina. Seu traçado urbanístico, projetadopelo engenheiro Francisco Prestes Maia, previa a construção de 300 casas para abrigar cerca de 2.400 pessoas por quinzena, uma média de 60 mil hóspedes ao ano. Isso tudo, em um tempo em que Bertioga se resumia à região central, cujo acesso só era possível pelo mar, através das barcas da Viação Santense. 

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Hoje, um dos maiores centros de férias e lazer do país tem capacidade para hospedar, simultaneamente, até mil pessoas em seu conjunto de casas e apartamentos, e outros 400 ingressos day use. As instalações de hospedagem, lazer e serviços ocupam mais de 400 mil m², dos quais 38 mil m² são de área construída. Dentre os equipamentos disponíveis, a unidade oferece ginásio de esportes, canchas de bocha, quadra de tênis e poliesportivas, pista de corrida e caminhada, campo de futebol, minicampo, biblioteca, auditórios, sala de jogos, quiosques paraatividades físicas e artísticas, cinema, pista de dança, lanchonete e um completo parque aquático. Desde sua implantação, o prestigiado complexo turístico tem tido um papel marcante no desenvolvimento do município, tanto no que diz 

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 respeito à infraestrutura urbana quanto na geração de emprego e riqueza econômica, ambiental e sociocultural. Marcos Laurenti, gerente do Sesc Bertioga, destaca algumas participações importantes da instituição no município: “Desenvolvemos e apoiamos inúmeros projetos voltados aos moradores e visitantes, eventos que dialogam com a nossa missão, como o Revela Bertioga, o Festival da Mata Atlântica, o Festival de Cultura Nordestina, a Festa da Primavera, além das programações de Carnaval, aniversário da cidade, entre outros. A nossa presença não está marcada somente pelo apoio nessas festividades, mas nos espaços de diá- logo com a comunidade, como os conselhos municipais. Temos representantes nos conselhos de turismo, cultura, juventude, assim como no Conselho Consultivo do Perb/PESM-NB”.

 Além disso, a unidade mantém o programa Sesc Esportes, que oferece à comunidade a prática de diversas modalidades esportivas; o projeto Curumim, que propõe o desenvolvimento integral de crianças e jovens, entre seis e doze anos, por meio de atividades educativas, esportivas e de lazer; cursos e oficinas de diferentes técnicas artesanais, que propiciam o lazer e a geração de renda; atividades ambientais e de observação de pássaros; e clubes de leitura. Em parceria com a prefeitura, o Sesc promove, ainda, os projetos Mú- sica é Cultura e Teatrada, que acontecem fora da unidade e, alguns, de forma itinerante. 

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Para 2017, dois novos projetos devem complementar ainda mais essa já extensa programação de ações que o Sesc realiza junto à  comunidade. Segundo Marcos, a unidade deverá desenvolver projetos de educação não formal com os jovens da cidade, que terão como objetivo potencializar a inclusão produtiva baseada no talento criativo. “Já realizamos com sucesso algumas ações ligadas à economia criativa, que incentivam o aperfeiçoamento do prestador de serviço local. Como exemplos, a criação de roteiros turísticos e a realização de cursos e oficinas de desenvolvimento artístico e cultural. Tais ações consequentemente ampliam e qualificam os serviços oferecidos pela e para a população”, destaca.

 Na futura Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Sesc, em Bertioga, que entrará em funcionamento no segundo semestre deste ano, estão previstas atividades de educação ambiental, turismo, valorização social e pesquisa, com o envolvimento de moradores da cidade. A reserva está em fase final de formalização, e está localizada em uma área de 60 hectares de floresta alta de restinga e contribuirá para a conservação da Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta. Tendo como missão principal a educação, pesquisa e turismo, o parque potencializará as ações no campo da educação permanente, utilizando a capacidade pedagógica das áreas verdes, a realidade local, e os atributos naturais da área, a fim de fomentar processos de desenvolvimento local.  

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