2019

Trilhas ecológicas inspiram aventura e conhecimento

Na imensidão verde de Bertioga, despontam caminhos ainda desconhecidos a ser estruturados e abertos à visitação em breve

Mayumi Kitamura
Publicado em 06/05/2019, às 13h33 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h10

FacebookTwitterWhatsApp
Luísa Tavares
Luísa Tavares

Potencial latente de Bertioga, o ecoturismo adquiriu nova perspectiva quando, no início desse ano, abriu-se mais de uma dezena de trilhas localizadas no Parque Estadual da Restinga de Bertioga, o Perb. Durante muito tempo, discussões e estudos foram realizados até que se chegasse à liberação para percurso monitorado, em quase sua totalidade.

Imagem acervo site

A caminhada por um dos últimos remanescentes de restinga, em alto estágio de conservação, em todo o estado, com ricas fauna e flora, é o aspecto mais rudimentar dos passeios, no entanto, os visitantes podem aproveitar para se aventurar no rapel, trekking, tirolesa e muitas outras atividades. Para quem prefere se ater e admirar o que a natureza oferece, a área é perfeita para observação de aves, estudos e expedições fotográficas.

Anteriormente, às agências e monitores, só era possível ofertar duas trilhas, abertas em 2015, na área administrada pela Fundação Florestal, órgão do governo do estado. O aumento no número de trilhas ocorreu após duas entidades, do município, assinarem um Termo de Autorização de Uso, para monitoria ambiental. As associações Bertioguense de Ecoturismo (Abeco) e de Monitores Locais (Amolb) são responsáveis pelo controle de acesso, limpeza e manutenção das trilhas; disposição de monitores capacitados; e garantia de segurança aos visitantes. Além disso, elas devem oferecer a gratuidade dos serviços de monitoria ambiental a alunos e professores de escolas públicas e promover serviços voluntários de melhoria no parque.

Imagem acervo site

Para a presidente da Abeco, Letícia Trindade, a escolha de duas entidades de Bertioga reforça a importância para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do turismo. "[Isso] gerará novas oportunidades de negócio no âmbito turístico local, comunitário e proporcionará a captação de recursos públicos e privados para conservação, pesquisa, educação ambiental e turística nas áreas em que Abeco desenvolverá as atividades".

Letícia esclarece que, a entrada na Mata Atlântica sem conhecimento ou preparo específico para o local, pode causar riscos ao aventureiro, daí a importância de se contratar um monitor, que ofereça segurança e responsabilidade com a área de preservação.

A abertura oficial das trilhas resulta de parceria entre a Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura, da prefeitura, e a Fundação Florestal. O secretário Ney Carlos da Rocha acredita que, com essas novas possibilidades, o município pode se destacar no segmento: “Eu te garanto que, daqui a dez anos, talvez menos, veremos Bertioga ser rotulada como a capital do ecoturismo de São Paulo”.

Das 12 trilhas liberadas, somente a de Itaguaré é autoguiada, ou seja, não precisa de monitor. Para conhecer as demais, os interessados devem procurar as agências e monitores devidamente cadastrados com as associações responsáveis.

Atrativos

Em quase todas as trilhas do Parque Estadual da Restinga de Bertioga (Perb), devido ao alto grau de preservação, não é difícil aos visitantes depararem-se, no meio do caminho, com pegadas de onça, anta, porco do mato e jaguatirica. A presença de macacos-prego e muitas aves e pássaros também pode ser notada.

No intuito de manter o local sem maiores impactos ambientais, e para a segurança e bem-estar dos visitantes, a Abeco recomenda algumas orientações de vestuário e práticas. Para a vestimenta, recomenda-se o uso de roupas leves, calçados adequados para caminhada, repelente, boné e chapéu. Também é indicado que se leve lanches, água, roupas e calçados para troca, capa de chuva, roupas de banho e toalhas.

O visitante não deve levar frutas cítricas nem usar perfume. Para o acondicionamento do lixo produzido, cada pessoa deve carregar consigo uma sacolinha.

Para se ter uma ideia das belezas contidas nessas trilhas, a de Guaratuba, a primeira da lista a ser aberta para visitação, em 2015, possui dois belos e refrescantes atrativos para os visitantes: o Poço do Limão e a Cachoeira do Guaratuba. Nela, é possível observar a mata paludosa e a floresta de encosta. O percurso também conta com área de charco, no qual erguem-se árvores de médio e grande portes, com alta densidade de trepadeiras e bromeliáceas.

As demais trilhas, até a publicação desta edição, estavam em discussão entre as entidades responsáveis, para o estabelecimento dos cuidados e manutenção necessários à visitação, motivo pelo qual há poucos detalhes sobre elas. A seguir, as características básicas de cada uma delas.

Imagem acervo site

As trilhas

*Informações da Abeco

Guaratuba

Distância Total (ida e volta) – 7,3km

Tempo – 6h de percurso completo

Nível de dificuldade – Médio

Trilha D’água

Distância Total (ida e volta) – 6,4km

Tempo – 4h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo (precisa de barco para um trecho)

Torre 47

Distância Total (ida e volta) – 7,6km

Tempo – 4h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo

 Itatinga

Distância Total (ida e volta) – 6km

Tempo – 7h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo (precisa de barco para um trecho)

Vale Verde

Distância Total (ida e volta) –  5km

Tempo – 4h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo (tem acesso para veículo 4x4 até o rio Itapanhaú)

Casa de Pedra do rio Itapanhaú

Distância Total (ida e volta) –  5km

Tempo – 4h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo (tem acesso para veículo 4x4 até o rio Itapanhaú).

Véu da Noiva (Cachoeira do Elefante)

Distância Total (ida e volta) –  14km

Tempo – 8h de percurso completo

Nível de dificuldade – Alto (trechos alagados, cânions e escalada)

Família Pinto

Distância Total (ida e volta) – 4km

Tempo – 4h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo (tem acesso para veículo 4x4)

 Garganta do Gigante

Distância Total (ida e volta) – 18,7km

Tempo – 14h de percurso completo

Nível de dificuldade – Alto (trechos alagados, cânions e escalada)

Itaguaré

Distância Total (ida e volta) – 3km

Tempo – 2h de percurso completo

Nível de dificuldade – Baixo

Ribeirão dos Monos

Distância Total (ida e volta) – 12km

Tempo – 10h de percurso -  Única com apenas um sentido. Início pela trilha do Guaratuba e final pelo rio Itaguaré, sentido rodovia Rio-Santos

Nível de dificuldade – Alto (trechos alagados, mata fechada e travessia de rio a nado)

Morro do Itaguá (Aeromoças)

Distância Total (ida e volta) – 8km

Tempo – 10h de percurso completo

Nível de dificuldade – Alto (trechos de mata fechada, alagados, cânions e escalada).

Comentários

Receba o melhor do nosso conteúdo em seu e-mail

Cadastre-se, é grátis!