PROSSEGUE A QUEDA DE BRAÇOS

Davi e Golias litorâneo: Bertioga, caçula da Baixada, enfrenta Ecovias e Artesp e cobra iniciativa

Em meio a evasivas de Santos, Praia Grande e Guarujá, e o silencio das demais gestões municipais, Bertioga, cidade mais nova do Baixada Santista, cobrou "iniciativa urgente" classificou manutenção da Operação Descida como "contrassenso" e como "inaceitáveis" justificativas da Artesp e da Ecovias para sua manutenção

Da redação
Publicado em 27/12/2020, às 09h39 - Atualizado às 10h44

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Rodovia dos Imigrantes Ano-Novo na praia: mais de 1,8 milhões de veículos devem trafegar nas vias do litoral de SP Rodovia dos Imigrantes repleta de carros - Foto: Nilton Fukuda / Estadão Conteúdo
Rodovia dos Imigrantes Ano-Novo na praia: mais de 1,8 milhões de veículos devem trafegar nas vias do litoral de SP Rodovia dos Imigrantes repleta de carros - Foto: Nilton Fukuda / Estadão Conteúdo

Após as prefeituras de Santos, Praia Grande e Guarujá, a gestão municipal de Bertioga, na Baixada Santista, também se pronunciou sobre a recusa da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e da concessionária Ecovias em cancelar a Operação Descida no Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) durante o período de Natal e Ano Novo.

Por meio de nota, na noite desta sexta-feira natalina, 25, a gestão municipal de Bertioga lamentou a manutenção da Operação Descida, apesar de apelo do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb) que reúne as nove cidades da Baixada. A prefeitura da cidade cobrou uma atitude dos órgãos responsáveis. "Artesp, Secretaria Estadual de Transporte e Governo do Estado têm que tomar uma iniciativa urgente para evitar esse absurdo", diz trecho da declaração.

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O Condesb, que reúne as nove cidades da Baixada, após deliberação extraordinária realizada nesta quarta-feira, 23, solicitou ao governo estadual e a Artesp que as inversões de trânsito e a Operação Descida fossem cancelados  no período de final de ano, visando desencorajar a descida ao litoral paulista, como forma de conter a disseminação do coronavírus.  A solicitação fez parte das contrapartidas oferecidas pela região como alternativas à recusa da fase vermelha temporária determinada pelo governo estadual para todo o estado um dia antes, 22. 

Na Operação Descida o fluxo de veículos nas rodovias Anchieta e dos Imigrantes opera em 7x3, com 70% das pistas com destino ao litoral paulista. 

Questionada na véspera de Natal, 24, sobre o porque da manutenção da Operação Descida, a despeito do pedido das nove prefeituras da Baixada Santista, a Ecovias declarou que é obrigada por contrato a implantar operações especiais sempre que as condições anormais de tráfego assim exigirem.

A concessionária também ressaltou que em razão da pandemia, é esperado um volume menor neste período de festas, porém “é obrigação da concessionária estar preparada para outros cenários, mantendo uma estrutura de atendimento considerando dados históricos de tráfego”.

Segundo a concessionária, o cancelamento das Operações especiais, “durante altos volumes de tráfego, traria sérias consequências para o sistema rodoviário no trecho de serra e municípios adjacentes”.

A Artesp, por seu turno, afirmou que as rodovias são classificadas como serviços essenciais e que todas as operações serão mantidas. A agência reguladora estadual declarou também que a recomendação do Governo do Estado e da própria Artesp é de que as pessoas evitem viagens desnecessárias em razão da pandemia da Covid-19.

Bertioga, emancipada em 1991, é a cidade mais nova da Baixada Santista. Município tem solicitado apoio do Governo Estadual para conter o avanço da pandemia de coronavírus. (Praia da Enseada, Bertioga. Foto: reprodução / Viagem e Turismo)

Em meio a mornas evasivas das grandiosas Santos, Praia Grande e Guarujá, e o silencio das demais gestões municipais, Bertioga, cidade mais nova do Baixada Santista, em comunicado sem meias palavras, declarou que a manutenção da Operação Descida estimula a descida de turistas, portanto sua manutenção é um "contrassenso" e classificou como "inaceitáveis" as justificativas da Artesp e da Ecovias para a manutenção da Operação Descida.

"Os órgãos responsáveis não podem se isentar da responsabilidade e do enfrentamento à Covid-19. Estimular a descida de turistas para confraternizar e aglomerar em nossas orlas é um contrassenso. Usar como pretexto cláusulas contratuais é inaceitável. Vivemos um momento atípico, no qual todos têm que ser corresponsáveis no enfrentamento à Covid-19 e não apenas visar a receita de pedágio de mais de um milhão de veículos que descerão para passar ano novo nas praias da região." Declarou a gestão municipal do município.  

Os dados históricos da Ecovias, que não consideram a atipicidade da pandemia, estimam que entre 800 mil e 1,23 milhão de veículos se dirijam ao litoral paulista nas duas semanas que compreendem Natal e Ano Novo (21/12 a 03/01).

O que declararam as outras prefeituras da Baixada Santista

A prefeitura do Guarujá afirmou que a solicitação de cancelamento da Operação Descida “foi feita pelo Condesb e Guarujá, como todas as outras prefeituras da região e espera que seja atendido em nome da saúde pública."

A gestão municipal de Praia Grande declarou que “analisará nos próximos dias quais medidas poderão ser tomadas com relação à medida adotada pela Ecovias”.

Santos, cujo prefeito preside também o colegiado regional, afirmou que “aguarda o apoio do governo do estado aos pleitos de medidas deliberadas pelo Condesb”.

As prefeituras Cubatão, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e São Vicente ainda não se manifestaram até a conclusão desta matéria.

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