DISPUTA

Em greve, trabalhadores paralisam obras na Tamoios

Trabalhadores reivindicam aumento no vale-alimentação e pagamento de horas-extras; contratante diz que greve é ilegítima

Redação
Publicado em 30/04/2024, às 14h06 - Atualizado às 14h33

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Trabalhadores grevistas na via, durante a manhã desta terça-feira (30) - Imagem: Reprodução
Trabalhadores grevistas na via, durante a manhã desta terça-feira (30) - Imagem: Reprodução

Centenas de trabalhadores de obras do contorno sul, da rodovia dos Tamoios, que atravessa parte do litoral norte de SP, iniciaram, nesta terça-feira (30), uma greve que pode se estender pelos próximos dias. O trecho em obras emprega cerca de 850 trabalhadores, a maioria de São Sebastião e Caraguatatuba.

Segundo informações de representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins do Estado de São Paulo (Sintrapav-SP) ao Portal Costa Norte, as reivindicações dos trabalhadores referem-se à defasagem no vale-alimentação e em horas-extras, em desfavor da contratante EGTC Infra. Por enquanto, a empresa não reconhece a legitimidade das reclamações dos trabalhadores e não abriu diálogo com eles.

Segundo explicou o sindicalista Wellington Lopes, em entrevista nesta terça-feira: “Faz cinco anos que os trabalhadores não recebem reajuste no vale-alimentação. Estão recebendo R$ 470, mas deveriam, por acordo prévio da empresa, receber R$ 800. Então a reivindicação é que a empresa cumpra esse acordo”.

Outra reivindicação dos trabalhadores, complementa o sindicalista, é referente às horas-extras. Ele afirma que, com carga-horária semanal de 44 horas, os trabalhadores cumprem a jornada de quatro horas do sábado, ao longo da semana, mas, quando há feriado no próprio sábado, não são pagos pelas horas-extras, tampouco liberados da compensação.

“Vamos supor, nessa semana caiu o feriado no sábado”, explica o representante. “Aí, essas quatro horas que eles tinham que pagar durante essa semana, não precisaria, porque o feriado é no sábado. Aí eles trabalham uma hora a mais de segunda à quinta. Só que a empresa não paga como hora-extra e nem libera uma hora mais cedo na semana. Isso tem acontecido diversas vezes”. De acordo com o sindicato, a greve tem 90% de adesão. “A gente está aberto à negociação”. Por enquanto, no entanto, a empresa ainda não se sentou à mesa, para buscar uma solução com os trabalhadores.

Procurada, a EGTC Infra disse, por meio de nota, que a greve é ilegítima. “A EGTC Infra informa que o movimento de greve não tem base legal e que atua para retomada do trabalho o mais breve possível", disse a empresa, sem explicar qual a ilegalidade da paralisação.

A greve tem potencial de impactar o andamento de obras estratégicas no contorno sul da rodovia dos Tamoios, uma das principais vias para quem desce a serra ou atravessa o litoral norte paulista. Contatada, a concessionária Tamoios, que administra as vias, não se pronunciou. O Portal Costa Norte segue acompanhando a paralisação. 

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