Saúde

Captação de órgãos no Hospital Irmã Dulce deve beneficiar até sete pessoas em SP

Procedimento ocorreu quinta, 12, em jovem de 23 anos, vítima de acidente doméstico em Praia Grande

Da Redação
Publicado em 14/07/2018, às 09h40 - Atualizado em 24/08/2020, às 03h44

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Vagas são para as áreas: administrativa, técnica, enfermagem e médica Complexo Hospitalar Irmã Dulce Fachada do Complexo Hospitalar Irmã Dulce em Praia Grande - Edmilson Lelo
Vagas são para as áreas: administrativa, técnica, enfermagem e médica Complexo Hospitalar Irmã Dulce Fachada do Complexo Hospitalar Irmã Dulce em Praia Grande - Edmilson Lelo

Um jovem de 23 anos pode ter beneficiado ao menos sete pessoas com órgãos captados no Hospital Municipal Irmã Dulce (HMID), em Praia Grande, por equipes de três hospitais de São Paulo, na quinta-feira, 12. Aproximadamente, 20 profissionais estiveram envolvidos no procedimento. Pulmão, coração, pâncreas, fígado, rins, ossos e tendões começaram a ser transportados para seus destinos logo no início da manhã, por volta das 8 horas. Com isso, o município se mantém como uma das referências no êxito em captação de órgãos no país.

Vítima de um acidente doméstico que teve como diagnóstico a morte cerebral, o paciente doador era morador de Praia Grande. Sensível ante a possibilidade de salvar ou restaurar vidas de várias pessoas que aguardam por um órgão na fila de transplantes, a família autorizou a doação logo que foi informada do quadro de saúde do jovem.

De acordo com a enfermeira Eliza Maria Prado Monteiro, que coordena a Enfermagem da UTI Adulto do Hospital Irmã Dulce, a abordagem e acolhimento são fundamentais em ocasiões assim. “Não é um momento para simplesmente transmitir um diagnóstico, mas para fazer com que os familiares façam do sofrimento uma oportunidade de levar a alegria da vida a adultos e crianças, muitas delas já sem qualquer esperança. É um gesto nobre”, disse.

Dos órgãos do paciente, pulmão e coração foram os primeiros a serem captados, por volta das 4h30, e levados de helicóptero para o Instituto do Coração (Incor) e o Hospital Israelita Albert Einstein, respectivamente, na Capital. Fígado e rins foram transportados até o aeroporto de Itanhaém, de onde seguiram de avião para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Os demais órgãos, que não requerem curtíssimo tempo entre a captação e o transplante, como ossos, tendões e pâncreas, foram transportados em veículos da Secretaria Estadual de Saúde para o Hospital das Clínicas de São Paulo.

Conforme a enfermeira especializada em Nefrologia e em Captação de Órgãos, Laís Moraes Gasparoto, do Albert Einstein, o transplante ósseo, por exemplo, é usado para recompor perdas ósseas decorrentes de tumores, para troca de próteses, em traumatismos, para reconstrução facial e outras aplicações. “As partes que podem ser captadas são os ossos longos como fêmur, tíbia, fíbula, da perna, úmero e outros do braço, além do quadril”, destacou.

Segundo o cirurgião geral doutor Renato Luís Borba, que integra a Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIDOTT) do Hospital Irmã Dulce, em 2016 foram registradas 28 notificações contra 41, em 2017. “Este resultado nos projeta como um dos hospitais que mais se empenham na captação de órgãos não somente noestado de São Paulo como no país”, ressaltou.

Para o diretor geral do Complexo Hospitalar Irmã Dulce, doutor Ricardo Carajeleascow, a situação demonstra o esforço da Instituição, atendendo ao que preconiza o governo municipal. “O prefeito Alberto Mourão investe maciçamente na saúde e na capacitação das equipes. O reconhecimento por este trabalho é conferido por instituições como Organização de Procura de Órgãos (OPO), da Escola Paulista de Medicina (EPM)”, salientou.

Além do cirurgião geral Renato Luís Borba e da enfermeira Eliza Maria Prado Monteiro, integram a CIDOTT as médicas intensivistas do HMID, Maria Odila Gomes Douglas e Daniela Boni.

Doação

Um doador pode beneficiar mais de 12 pessoas com os seguintes órgãos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, ossos, pele e artérias. Para ser doador basta deixar a família ciente, não sendo mais preciso registrar a vontade em cartório nem fazê-la constar em documentos pessoais. 

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