Medo de estar entre os milhares de brasileiros que morreram foi superado pela enfermeira Cintia Maria dos Santos
Apesar de não ter nenhuma comorbidade que a colocasse no quadro de risco ou no grupo com maior predisposição ao desenvolvimento de sintomas mais graves, a enfermeira teve tosse seca, dor na garganta e febre. Com a acentuação das enfermidades, Cintia precisou ser hospitalizada. “Fiquei bem debilitada, uma semana após o contágio as coisas pioraram. Não conseguia comer por conta da tosse. Perdi o olfato e paladar, além da falta de ar. Foi um milagre eu não precisar ser intubada”, lembra.
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Trabalhar na linha de frente numa pandemia requer muita dedicação e também abdicação, relata “Por conta da exposição de trabalhar num local com contato direto com contaminados, me isolei dos meus familiares, inclusive do meu filho Caio, de 9 anos. Fiquei sozinha no meu apartamento e ele ficou com os meus pais. Nós víamos por chamada de vídeo e já era muito difícil, depois que eu me contaminei foi pior ainda”.
Em meio aos sintomas, incertezas e agonia, o pior sentimento foi o de solidão. “Com certeza, a parte mais triste da Covid-19 é o isolamento. O medo de morrer sem poder dar um último abraço no meu filho foi grande. Você fica completamente sozinha, sem visitas e sem saber se vai superar a doença. É muito complicado passar por tudo isso”. Cintia conta que foram 14 dias de luta conta a doença e mesmo depois da alta hospitalar, novas complicações surgiram. “Eu tive pneumonia pós-coronavírus, o que aspirou ainda mais cuidados”, explica.
Após a luta com desfecho feliz, a enfermeira pode finalmente reencontrar o filho. “Quando eu vi o Caio, chorei de emoção. Minha vontade era de apertar, beijar e sentir bem perto de mim. Mas, mesmo depois da alta e da certeza de não estar contaminada, continuou o medo de transmitir o vírus”, revela.
Felizmente, a profissional de saúde faz parte das histórias de superação, mas é importante lembrar que nem todas possuem o mesmo desfecho. “Usem máscaras, sigam as orientações de higienização e saiam de casa apenas quando for indispensável. Isso tudo é muito sério. Pensem nos profissionais que, assim como eu, trabalham na linha de frente diariamente. Também temos família”, orienta Cintia.
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