SAÚDE

Rapaz com fêmur quebrado causa comoção nas redes sociais

Amigo postou vídeo sobre a situação do paciente de Bertioga, que aguarda uma vaga pela Cross

Da Redação
Publicado em 16/06/2019, às 12h16 - Atualizado em 23/08/2020, às 19h35

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Reprodução/Facebook
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A espera por uma vaga de cirurgia ortopédica pela Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) do estado tem causado comoção nas redes sociais. O amigo de um paciente, que aguarda em Bertioga para operar o fêmur, postou um vídeo sobre a situação.

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Gustavo Quirino, de 22 anos, quebrou o osso em um acidente na rodovia Rio-Santos, que o deixou debaixo de um caminhão, conforme comentou o amigo Rubens Sergio. "Ele está no hospital de Bertioga. Ele precisa ser transferido e não tem vaga. Quem puder, algum vereador, se comova, ajude esse rapaz que está aqui no hospital e sente muita dor". Ainda, aflito pelo amigo, ele complementa: "Ele não pode andar, não pode se levantar, e até quando? Vai ficar um mês, dois meses? Vai esperar o osso colar para depois quebrar e fazer outra cirurgia?".

O jovem deu entrada no dia 12 de junho, no entanto, a espera chega a ser ainda maior para outros pacientes. Conforme apurado pela reportagem, outras duas pessoas aguardam há mais tempo no hospital pela vaga, sendo uma internada no dia 23 de maio e a outra, no dia 14 de maio, ou seja, mais de um mês.

A prefeitura de Bertioga esclareceu que a cirurgia ortopédica é de responsabilidade do estado e que "a Secretaria Municipal de Saúde informa que está insistentemente tentando a liberação das vagas, mas até o momento não foram liberadas".

Procurada, a Secretaria do Estado da Saúde não se posicionou até a publicação desta matéria

Problema antigo

A demora para conseguir uma transferência pela Cross e, concomitante, a falta de leitos e procedimentos disponíveis em Bertioga, têm sido criticados por moradores há muito tempo - e ambos dependem do estado. 

Os vereadores Valéria Bento (MDB) e Matheus Rodrigues (DEM) foram procurados por familiares e amigos de Gustavo, e esclareceram a situação aos familiares.

A Cross gerencia a distribuição de vagas, por região, nos hospitais públicos de todo o estado e, conforme explica o vereador, apesar dos políticos serem acionados, eles não podem colaborar com as transferências. Disse Matheus: "A gente fica limitado a depender do estado". Ele comenta que, enquanto o município não oferecer esse tipo de serviço, vai continuar a depender da Cross. Há alguns meses, lembra o vereador, os municípios podiam fazer cirurgias de baixa complexidade e, até mesmo o repasse necessário para esse atendimento foi cancelado pelo estado.

Por isso, ele ressalta que aos vereadores só cabe acompanhar o caso e explicar como funciona a central reguladora do governo do estado, apesar de se compadecerem e querer ajudar, esse auxílio se limita a informações sobre o sistema.

A vereadora Valeria Bento comentou que esteve no hospital, onde conversou com o paciente e os familiares. Sobre o sistema de regulação de vagas do estado, ela lamentou: "Infelizmente estamos nas mãos da Cross porque não temos um hospital, então dependemos de hospitais como Irmã Dulce, Guilherme Álvaro, Santo Amaro, mas eles também têm as carências deles, e temos que aguardar".

Ela criticou o governo do estado, tanto pelo sistema de regulação de vagas quanto pela falta de repasse ao município para que seja concluído o hospital. Sem poder colaborar para que os pacientes consigam vaga, Valéria pontuou: "O que eu posso fazer é ficar olhando se está sendo atualizada a fila da Cross".

Ainda, conforme explicou, as transferências ocorrem conforme a prioridade, estabelecida pelo Departamento Regional de Saúde. 

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Imagem acervo site

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