DESIGUALDADE

Pandemia deixou pobres mais pobres, aponta estudo da FGV

Mais pobres são os mais afetados, encolhimento da renda chega a quase 30% nessa camada. Entre os mais ricos encolhimento é de 17,5%. Desigualdade social aumentou 2,82%. Mulheres também foram mais afetadas que homens, aponta a pesquisa

Da redação / EBC
Publicado em 20/09/2020, às 17h30 - Atualizado em 21/09/2020, às 09h48

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Fila de pessoas no 'Bom Prato' durante a quarentena em São Paulo. - Crédito: Jorge Araujo/fotos Publicas
Fila de pessoas no 'Bom Prato' durante a quarentena em São Paulo. - Crédito: Jorge Araujo/fotos Publicas

O primeiro trimestre da pandemia de covid-19, declarada oficialmente em 11 de março, ocasionou uma perda média de 20,1% na renda dos brasileiros, baixando o valor de R$ 1.118 para R$ 893 mensais. No cálculo, consideram-se mercados formal e informal e também a parcela de trabalhadores sem emprego. 

No período, o coeficiente de Gini, usado para mensurar o nível de desigualdade social, aumentou 2,82%. Os apontamentos constam da pesquisa Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro , coordenada pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV). 

Conforme demonstra o estudo, observa-se que tanto a queda média na renda como o índice Gini atingiram nível recorde quando analisadas variações da série histórica, iniciada em 2012. Enquanto os mais pobres viram a renda encolher 27,9% - de R$ 199 para R$ 144 -, o impacto foi de 17,5% - de R$ 5.428 para 4.476 -, entre os 10% mais ricos do país.

Os pesquisadores atribuem a queda de mais de um quarto da renda à redução da jornada de trabalho, que foi de 14,34% na média nacional, e a outros fatores, como a própria diminuição na oferta de vagas. A taxa de ocupação, isto é, a parcela da força de trabalho que possui um emprego, também caiu 9,9%. 

O estudo afirma que a situação pesou mais entre indígenas, analfabetos e jovens de 20 a 24 anos. De acordo com os pesquisadores, mulheres foram mais afetadas, com 20,54% de queda na renda, contra 19,56% dos homens.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Fonte: EBC

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