Representatividade

Litoral norte tem primeira candidata transsexual a deputada estadual

Candidata pelo PMB diz que sua bandeira não será focada apenas no LGBT, mas que realizará, caso eleita, trabalhos voltados também aos portadores de deficiência, educação e saúde

Reginaldo Pupo
Publicado em 14/08/2018, às 11h07 - Atualizado em 23/08/2020, às 17h15

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Reginaldo Pupo
Reginaldo Pupo

A região do litoral norte tem sua primeira candidata a deputada estadual pertencente ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Thifany Félix, 48, tentará uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira), sigla da qual é a presidente provisória do diretório municipal de Caraguatatuba, onde reside.

Apesar de pertencer ao segmento, a candidata diz que sua bandeira não será focada apenas no LGBT, mas que realizará, caso eleita, trabalhos voltados também aos portadores de deficiência, educação e saúde, área na qual trabalhou durante 11 anos como auxiliar de enfermagem. “Acredito que minha experiência na área da saúde poderá auxiliar em projetos que visem melhorar esse segmento tão sofrido em nossa região”, aposta.

Thífany afirma que antes de escolher ser candidata a deputada estadual, foi procurada pelo partido para disputar um cargo de deputada federal. “Mas não aceitei por não estar preparada. Então preferi me candidatar à deputada estadual para estar mais próxima da população”, justificou.

Essa é a segunda vez que Tífany Félix disputa uma eleição. Em 2016, foi candidata à prefeita de Caraguatatuba pelo PSOL, ocasião em que recebeu 394 votos, tornando-se a primeira transexual a postular uma vaga de prefeita no estado de São Paulo e uma das duas no Brasil.

Bastidores

Apesar de não exercer nenhum cargo político, ela afirma que atua nos bastidores para ajudar a camada mais carente da sociedade, fazendo a ponte entre os moradores e a Câmara Municipal e prefeitura, para o encaminhamento de demandas que, segundo ela, não são resolvidas pelo Poder Público. Thífany também é conselheira do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiência (Comdefi) de Caraguatatuba. "Quero agregar minhas experiências e conhecimento, assumindo a tarefa de construir uma alternativa para a população, combatendo o descaso e o desrespeito às minorias. Somente quem e sente o que o povo vem passando saberá valorizar a classe oprimida e desvalorizada de uma sociedade”, disse ela.

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