CRACOLÂNDIA

Vacina contra o crack pode ser opção no combate à Cracolândia

Deputado estadual Rafa Zimbaldi diz: “Vejo a (vacina) Calixcoca como um caminho viável”

Da redação
Publicado em 14/06/2023, às 14h52 - Atualizado às 15h27

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De acordo com dados da ONU, dependentes de crack e de cocaína respondem por 11% da dependência química no Brasil. Rafa Zimbaldi Rafa Zimbaldi na CPI da Epidemia do Crack (Crédito: Larissa Navarro/Alesp) - Crédito/Larissa Navarro/Alesp
De acordo com dados da ONU, dependentes de crack e de cocaína respondem por 11% da dependência química no Brasil. Rafa Zimbaldi Rafa Zimbaldi na CPI da Epidemia do Crack (Crédito: Larissa Navarro/Alesp) - Crédito/Larissa Navarro/Alesp

Prestes a ser testada em humanos, a vacina Calixcoca pode ser providencial no combate à Cracolândia em São Paulo. Deputado do Cidadania quer a presença do responsável pelo desenvolvimento do imunizante, o médico Frederico Garcia, na Alesp para explicar sobre a pesquisa aos membros da CPI da Epidemia do Crack.

O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania) defende os testes da vacina e quer que o pesquisador, o médico Frederico Garcia, fale na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) sobre os estudos realizados até agora e como a vacina pode ajudar no combate ao vício.

Professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Garcia foi convidado por Zimbaldi para compartilhar informações sobre a vacina na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Epidemia do Crack. O grupo foi criado recentemente para discutir o impacto do crack, do K9 e da cocaína entre outras drogas nos municípios paulistas. 

Segundo o deputado do Cidadania, a ideia é que o pesquisador fale sobre os avanços do imunizante, uma vez aprovado para uso em humanos, e se ele pode ser um instrumento de combate à Cracolândia - região do centro de São Paulo que há anos possui uma população que vive nas ruas com severa dependência química, sobretudo de crack. 

O deputado falou sobre a situação atual da Cracolândia e diz: “O crack, a cocaína e outras drogas correlatas resultam num problema não só de saúde pública, mas também de segurança, de assistência social e de direitos humanos. O maior símbolo desta triste realidade é a Cracolândia que perdura há décadas no centro de São Paulo e está se tornando cada vez mais descentralizada e violenta. Trata-se de um passivo social a ser solucionado pelo poder público. Vejo a [vacina] Calixcoca como um caminho viável”. 

Na fase pré-clínica de testes com ratos, o imunizante se mostrou capaz de bloquear o efeito das substâncias ativas das drogas. Agora, a expectativa é que a aplicação em humanos também apresente resultados.

“Nos testes realizados até o momento, os anticorpos produzidos pela Calixcoca criaram, a partir de uma molécula sintética, uma barreira que impediu que a cocaína fosse levada pelo sangue para o sistema nervoso central. Esta é uma ótima notícia, uma vez que a vacina interrompe o mecanismo que provoca a compulsão pela droga”, adianta Zimbaldi.  

O imunizante contra o crack da UFMG concorre ao Prêmio Euro Inovação na Saúde. Em paralelo, os impactos positivos do medicamento motivaram o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a anunciar uma parceria para o desenvolvimento integrado da Calixcoca.

“Nosso dever é trabalhar para ajudar quem se afunda nesse vício e prejudica suas famílias, a própria vida e a sociedade como um todo. Além do doutor Frederico (Garcia), representantes de comunidades terapêuticas devem ser ouvidas na Alesp sobre este problema tão grave para o país”, complementa Zimbaldi, que também integra a Comissão de Segurança Pública da Alesp. 

Próximos passos 

Na próxima etapa das pesquisas da Calixcoca, será avaliada, conforme o progresso dos estudos, a aplicação do imunizante em grupos elegíveis, incluindo os dependentes químicos em fase de recuperação.  

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU), dependentes de crack e de cocaína respondem por 11% da dependência química no Brasil. 

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