Frio intenso e geadas causados pelas frentes frias de agosto foram os grandes vilões dos agricultores sulistas; entretanto o fenômeno pode também auxiliar na quebra do ciclo de várias pragas, apontam especialistas
O Departamento de Economia Rural (Deral) identificou um novo recuo na qualidade das lavouras de trigo do Paraná, diante dos efeitos das geadas ocorridas em agosto que ainda vêm sendo mensurados, conforme levantamento divulgado na terça-feira (30).
A geada é um fenômeno atmosférico que provoca a morte das plantas ou de suas partes (folhas, caule, frutos ou ramos) em função da baixa temperatura do ar, acarretando congelamento dos tecidos vegetais com ou sem formação de gelo sobre a planta.
Segundo apontou a revista Isto É Dinheiro, o percentual de áreas boas atingiu 78%, queda de dois pontos em relação à semana passada, enquanto as lavouras consideradas médias saíram de 17% para 19%. As áreas avaliadas como ruins se mantiveram em 3%.
Para o analista do Deral , Carlos Hugo Godinho, a redução nas áreas boas foi motivada por uma revisão nas análises do cereal cultivado na região de Cascavel, que conta com 145 mil hectares, a segunda maior regional para o trigo. “Aumentou um pouco mais a preocupação com a abrangência das geadas”, disse ele.
A florada de maçã, por exemplo, acontece no segundo semestre do ano e coincide com o inverno. Segundo informou o Agroclima, do Climatempo, os últimos dias foram difíceis para os agricultores sulistas, devido ao frio intenso e geada que aconteceram no início da semana, pois os brotinhos das macieiras foram cobertos por gelo. A geada do fim de semana também causou danos nas variedades precoces de pessegueiros e ameixeiras localizadas em áreas onde a geada foi mais intensa.
Ainda de acordo com o Agroclima, a geada prejudicou os pomares de ameixa no município de Passa Sete, região centro-serra do Rio Grande do Sul, com queda de frutos pequenos em variedades específicas, principalmente na Irati, e em porções baixas do terreno, porém serão necessários mais alguns dias para dimensionar o tamanho das perdas.
Se por um lado os prejuízos das geadas podem ser grandes aos agricultores, os especialistas enfatizam que o efeito delas nas lavouras também auxilia na quebra do ciclo de várias pragas, que também morrem pelo frio, proporcionando condições melhores para o cultivo no verão: menos pragas, menos danos e maior produtividade.
Os prejuízos causados pelas últimas frentes frias e a quantificação dos danos só poderão ser avaliados com o decorrer do tempo, pois as frutas afetadas continuam a cair por mais de um mês.
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