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Marinha alerta para formação de ciclone que pode afetar litoral norte de SP

Litoral norte de SP já está sob alerta vermelho para chuvas intensas, nesta quinta-feira (15); climatologista explica o fenômeno

Esther Zancan
Publicado em 15/02/2024, às 09h41 - Atualizado às 09h49

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Mapa mostra provável evolução do ciclone na costa da região Sudeste; atenção para Caraguá e Ubatuba - Reprodução/MetSul
Mapa mostra provável evolução do ciclone na costa da região Sudeste; atenção para Caraguá e Ubatuba - Reprodução/MetSul

A Marinha do Brasil alertou, na quarta-feira (14), que há condições favoráveis para a formação de um ciclone subtropical, em alto-mar, na altura do litoral do estado do Rio de Janeiro, a aproximadamente 235km a sudeste da cidade de Arraial do Cabo. A Marinha ressaltou que, em caso de persistência das condições atmosféricas e da intensificação do vento, o sistema deverá ser classificado como tempestade subtropical. O sistema pode causar ventos de até 83km/h no entorno do ciclone, até a noite de 20 de fevereiro. 

O Instituto Climatempo advertiu que a área de baixa pressão, que pode dar origem ao ciclone, ajudará a aumentar a chuva sobre o estado do Rio de Janeiro e no litoral norte de São Paulo. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) chegou a emitir um alerta vermelho (grande perigo) para chuvas intensas, com volume superior a 100mm por dia, entre Caraguatatuba e o litoral sul fluminense, válido até às 18 horas desta quinta-feira (15). 

O Portal Costa Norte conversou com o climatologista Rodolfo Bonafim, da ONG Amigos da Água, de Santos, sobre a formação do ciclone. Ele explicou que o litoral sul de São Paulo e a Baixada Santista sofrerão pouca ou nenhuma influência do sistema meteorológico em formação, mas que Caraguatatuba e Ubatuba devem ficar atentas. 

Bonafim explicou também que este sistema atual é diferente de outros ciclones que costumam surgir no Atlântico sul, os extratropicais. Estes costumam se formar em águas frias, geralmente na bacia do rio da Prata, na Argentina. Já o que está em formação no litoral fluminense é subtropical, formado em águas quentes. As mudanças climáticas podem estar favorecendo a formação desse tipo de fenômeno, já que as águas do oceano estão mais quentes que o habitual. O climatologista lembrou que o sistema ainda é uma área de baixa pressão e deve se organizar em um ciclone até o fim de semana, afetando mais o litoral do Rio de Janeiro e o litoral norte de São Paulo.

Bonafim explicou também que o ciclone não deve provocar ventania de grande intensidade, mas a coincidência da formação do ciclone com a passagem de uma frente fria pode ocasionar pancadas de chuva muito fortes entre o litoral norte paulista e o litoral fluminense.

O climatologista explicou, também, que a frequência maior desses ciclones subtropicais, que aparecem entre o fim do verão e começo do outono, ocorre por causa de a temperatura superficial da água do mar estar no auge. Isso até levanta a questão de que se não seria um ciclone tropical, como o furacão Catarina, única tempestade do tipo registrada no Atlântico sul, em março de 2004. Mas Bonafim adverte que este sistema atual “não tem nenhuma possibilidade, até agora, de se desenvolver para um furacão”. 

Furacão Catarina, em 2004
Imagem de satélite do furacão Catarina, em 2004 - Reprodução

Akará

A nota da Marinha do Brasil diz que há possibilidade de que este ciclone se intensifique e se transforme em uma tempestade subtropical. O Instituto Climatempo lembrou que, se isso ocorrer, este ciclone será batizado de Akará, que é o nome de uma espécie de peixe de água doce.

Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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