Pesquisas

Fiocruz espera vacina para coronavírus em fevereiro de 2021

Autoridades afirmam que primeiras doses serão destinadas a grupos de risco

Da Redação
Publicado em 28/07/2020, às 06h37 - Atualizado em 24/08/2020, às 00h26

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Divulgação/Igor Pereira
Divulgação/Igor Pereira

Sites como www.tecnonotícias.com.br estão reportando diariamente os avanços em torno de uma vacina que possa diminuir o impacto do coronavírus na população mundial. A doença, que se espalhou por todo planeta, já vitimou mais de 80 mil pessoas somente no Brasil. Já são mais de dois milhões de casos confirmados, isso sem contar as subnotificações.

As pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina, portanto, ocupam a rotina de pesquisadores, cientistas e políticos comprometidos com iniciativas que possam acabar com o coronavírus. No Brasil, uma das instituições que estão na dianteira do processo é a Fiocruz. Os cientistas da instituição apostam em vacinação inicial contra a covid-19 em fevereiro de 2021 para um público específico.

Os recentes resultados de pesquisas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, sobre a segurança da vacina contra a covid-19 elevaram o nível de otimismo em todo o mundo que, desde dezembro do ano passado, observa o alastramento do novo coronavírus, causador da doença, em todas as regiões. As pesquisas das fases 1 e 2, exigidas pelo procedimento científico, descartaram efeitos adversos graves provocados pela vacina. Foram registrados relatos de pequenos sintomas, como dores locais ou irritabilidade, aceitos em vacinas contra outras doenças.

O Brasil foi um dos países escolhidos para participar da Fase 3 dos estudos, que testa a eficácia da vacina. Os testes, que estão a cargo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e outras instituições parceiras, envolvem 5 mil voluntários de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A expectativa é detectar a capacidade de imunização das doses e, a partir daí, a Fiocruz – parceira brasileira nas pesquisas de Oxford  – receberá autorização para importar o princípio ativo concentrado, que será convertido inicialmente em 30 milhões de doses a serem aplicadas em parcela da população brasileira.

Segundo, Rosane Guimarães, vice-diretora de Qualidade da Bio-Manguinhos (Fiocruz), em dezembro deste ano, o Brasil receberá 15 milhões de doses e, em janeiro, mais 15 milhões de doses.

"Estamos recebendo agora apenas 30 milhões de doses porque precisamos, antes de liberar a vacina, ter certeza da comprovação da eficácia dela. Então nós adquirimos 30 milhões de doses no risco e, se a vacina se comprovar eficaz, vamos receber mais 70 milhões de doses, totalizando, para o país, no primeiro ano, 100 milhões de doses de vacinas", disse.

A Bio-Manguinhos será responsável pela transformação do princípio ativo e fará a formulação final das vacinas, além de envasar, rotular e entregar o material para que o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde faça a distribuição. As primeiras doses devem ser destinadas aos grupos de risco, como profissionais de saúde e pessoas idosas, mas isso ainda está em debate.

Caso as previsões se confirmem, a expectativa é que o país passe a produzir nacionalmente a vacina a partir do segundo semestre de 2021. "Paralelamente a isso, precisamos avaliar se será necessária apenas uma dose da vacina, se serão necessárias duas doses, se será necessário revacinar. São perguntas para as quais ainda não temos respostas. Os estudos vão continuar", disse a especialista em vigilância sanitária.

Atualmente, o Brasil é terreno fértil para a pesquisa por ocupar o segundo lugar entre os países com maior número de casos da covid-19. Há outras empresas trazendo vacinas para o Brasil. Um exemplo é a pesquisa desenvolvida pela parceria entre o Instituto Butantan e a empresa chinesa Sinovac, com sede em Pequim. Nas próprias instalações da Bio-Manguinhos, cientistas brasileiros desenvolvem dois estudos, que estão ainda em fase pré-clínica, com experimentos em animais.

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