DIAGNÓSTICO

Pesquisa avalia método para diagnóstico precoce de Alzheimer

Estudo convida pessoas a partir dos 60 anos, que sejam saudáveis (sem queixa relacionada à memória) ou que tenham as queixas ou um diagnóstico de demência por Alzheimer, bem como cuidadores de pessoas com a doença para avaliação

Da redação
Publicado em 05/07/2023, às 12h23 - Atualizado às 13h09

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Diagnóstico precoce pode retardar a evolução da demência; o Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos de demência Alzheimer Ilustração de um jovem e um senhor - Reprodução/Pixabay
Diagnóstico precoce pode retardar a evolução da demência; o Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos de demência Alzheimer Ilustração de um jovem e um senhor - Reprodução/Pixabay

Projeto do Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza pesquisas que têm como objetivo validar um biomarcador sanguíneo para detecção de Alzheimer, que pode contribuir para o diagnóstico precoce da doença, possibilitando intervenções que retardem sua evolução. Para isto, o projeto está recrutando voluntários, com ou sem Alzheimer, e também cuidadores de pessoas que têm a doença para avaliação gratuita.

Os estudos são coordenados por Marcia Cominetti, professora no Departamento de Gerontologia da UFSCar, e conta com a participação de outros docentes, estudantes e pesquisadores de pós-doutorado. O trabalho dá continuidade a uma pesquisa anterior e pretende validar um sensor eletroquímico para diagnóstico do Alzheimer desenvolvido por Ronaldo Censi Faria, docente no Departamento de Química da Universidade.

Cominetti conta que os procedimentos atuais para detecção da doença incluem exames de imagem (ressonância magnética) e outros que avaliam o líquido cefalorraquidiano (liquor). A proposta da pesquisa atual é validar um biomarcador sanguíneo que precisa apenas de uma coleta de sangue do paciente, método menos invasivo e de menor custo.

Um dos biomarcadores de sangue que poderiam diagnosticar a doença é a proteína ADAM10, exatamente o foco da pesquisa da UFSCar. Marcia Cominetti expõe que "esses biomarcadores podem estar alterados em pessoas que ainda não têm sintomas da doença, já que ela inicia no cérebro até 20 anos antes dos sintomas clínicos", reforçando a importância do diagnóstico precoce e o quanto isto é fundamental para intervenções que possam retardar a progressão da doença. Além disso, um segmento da pesquisa também quer avaliar como é a sobrecarga (física e emocional) que recai sobre o cuidador da pessoa que tem a demência. Por este motivo, a equipe do estudo também está recrutando cuidadores.

Todos os participantes passarão por avaliação de saúde composta por coleta de sangue para avaliação bioquímica e avaliações cognitivas e funcionais. Para maior conforto dos participantes, as coletas de sangue serão feitas em domicílio por equipe especializada de laboratório de análises clínicas. As demais avaliações serão realizadas por profissionais capacitados no LABEN do Departamento de Gerontologia na área Norte do campus São Carlos.

Você pode ajudar

Para desenvolver o estudo de validação de biomarcadores, a equipe está recrutando homens e mulheres, a partir dos 60 anos, que sejam saudáveis (sem queixa relacionada à memória) ou que tenham as queixas ou um diagnóstico de demência por Alzheimer, bem como cuidadores de pessoas com a doença. As pessoas interessadas devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone/WhatsApp (16) 99183 2461. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 64200522.5.0000.5504).

Alzheimer

O Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70 % dos casos de demência; afeta principalmente pessoas idosas, causando perda progressiva da memória e dificuldades na realização de atividades diárias entre outros sintomas, sendo que alguns podem sinalizar o declínio cognitivo e indicam a necessidade de avaliação especializada. Dentre eles, estão: repetir várias vezes o mesmo assunto ou história; esquecer com frequência de eventos recentes, compromissos ou atividades diárias; ter dificuldade em encontrar palavras para expressar pensamentos ou seguir uma conversa; mudanças de humor repentinas e/ou intensas; perda do interesse em atividades que antes eram prazerosas; perder-se durante caminhadas em lugares já conhecidos (desorientação espacial) e dificuldade de planejar e/ou organizar tarefas que antes eram simples.

De acordo com Cominetti, uma das maiores preocupações relacionadas à doença de Alzheimer é a dificuldade em diagnosticá-la no tempo certo para que se tente frear o avanço da doença. "Quem puder participar deste estudo, vai colaborar muito para o desenvolvimento de estudos voltados para o diagnóstico do Alzheimer", conclui a docente da UFSCar.

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