Ao todo, Baixada Santista deve ter 350 novos leitos, considerando novo hospital em Peruíbe e ampliação dos hospitais de Bertioga e Itanhaém
da redação
Publicado em 22/08/2023, às 14h18
Santos pode ganhar 140 novos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS) no período de um ano. A estimativa foi feita pelo secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, em visita ao Complexo Hospitalar dos Estivadores (CHE) na segunda-feira (21).
O CHE deve crescer dos atuais 151 leitos para 190, entre UTI neonatal, UTI clínica-cirúrgica e enfermaria. Os demais hospitais que deverão ter ampliação de leitos em Santos são a Santa Casa de Santos e a Beneficência Portuguesa.
De acordo com a prefeitura do município, o pleito para a ampliação foi realizado pelo secretário municipal de Saúde, Adriano Catapreta, e pela equipe técnica do hospital, cujas instalações estão prontas para a ampliação, mas é necessário aumentar o valor do custeio mensal do complexo.
Atualmente, o custo mensal do Hospital dos Estivadores é de R$ 9.900 milhões, sendo R$ 4 milhões oriundos do município, R$ 4.500 milhões do estado e R$ 1.300 milhões do governo federal.
O CHE tem caráter regional, pois atende munícipes não só de Santos, mas das demais cidades da Baixada Santista e até de outras regiões, por meio de um quantitativo de vagas reguladas pelo estado via Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross).
A maternidade do CHE é porta aberta para qualquer gestante, além de ser referência para gestações de alto risco. Atualmente, o índice de nascidos no hospital cujas famílias moram em outras cidades é de cerca de 50%.
“Hoje, o CHE é um hospital de referência para gestações de alto risco, cirurgia vascular e tratamento cirúrgico para endometriose. Vislumbro uma grande vocação para a realização de outros procedimentos de alta complexidade”, afirma Catapreta.
A médica coordenadora de Neonatologia do CHE, Teresa Maria Lopes de Oliveira Uras Belém, destacou a importância da abertura dos novos leitos, devido à alta taxa de ocupação. Considerando apenas a UTI neonatal, a média de ocupação em 2023 é de 135%.
O secretário estadual da Saúde informou que, ao todo, a Baixada Santista deve ter 350 novos leitos em um ano, considerando o novo hospital municipal em Peruíbe e a ampliação do hospital municipal de Bertioga, cujas obras devem ser concluídas no primeiro semestre de 2024, e a ampliação do Hospital Regional de Itanhaém.
A visita ao CHE integrou a agenda do Gabinete 3D - Saúde. O primeiro compromisso foi a abertura da Oficina de Regionalização da Saúde - Macrorregional Baixada Santista/Registro, no Comfort Hotel, em Santos.
Gestores e equipes técnicas dos municípios da Baixada Santista e do Vale do Ribeira estarão reunidos para discutir os desafios da rede de saúde em âmbito regional e analisar as possibilidades de ampliação dos atendimentos à população em caráter metropolitano nas redes ambulatoriais e hospitalares.
De acordo com a Secretaria da Saúde, a meta é a diminuição das desigualdades entre as regiões para aumentar a eficiência do gasto público, ampliar a oferta dos serviços, fazer as filas andarem e reduzir a distância que as pessoas precisam percorrer para conseguir atendimento.
As oficinas terminam nesta terça (22) e as propostas serão analisadas pelo governo estadual, que dará uma devolutiva em até 60 dias.
O Complexo Hospitalar dos Estivadores é o primeiro hospital municipal de Santos sob gestão de uma organização social, o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz. A unidade possui um total de 151 leitos, sendo 36 de alojamento conjunto, dez de Unidade Neonatal (6 leitos de UTI, 1 leito de Isolamento e 3 leitos de semi-intensiva), cinco salas de parto, pré-parto e pós-parto (PPP), duas salas cirúrgica obstétrica, 10 leitos de UTI Adulto, 75 leitos de clínica médica e 13 de clínica cirúrgica.
Desde a abertura até 8 de agosto de 2023, foram realizados 80.803 atendimentos no Pronto Atendimento Obstétrico e 17.227 partos, dos quais 62,43% foram normais. A maternidade do Complexo Hospitalar dos Estivadores é a que realiza a maioria dos partos no município: 25,27% dos nascimentos. Durante o mesmo período, foram realizados 129.241 exames e, entre julho de 2018 e julho de 2023, 5.637 cirurgias.
Em 2019, o hospital passou a ser referência regional em endometriose, com o início das cirurgias por videolaparoscopia para o tratamento da doença, realizando 187 cirurgias até o momento.
O CHE também possui um dos menores coeficientes de mortalidade neonatal do país – 4 por mil nascidos vivos e é o primeiro hospital público da região a ter uma UTI Neonatal Neurológica com alta tecnologia e inteligência artificial de hipotermia terapêutica. Até o final de julho, foram atendidos 228 pacientes, com 15.592 horas de monitorização.
