COMBATE AO MOSQUITO

Santos será primeira cidade da região a usar novo inseticida contra o Aedes aegypti

O inseticida deve ser aplicado em imóveis da Ponta da Praia, no próximo dia 20 (segunda-feira)

Da Redação
Publicado em 09/07/2020, às 16h37 - Atualizado em 12/05/2021, às 11h00

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Divulgação/Isabela Carrari
Divulgação/Isabela Carrari

A Secretaria de Saúde de Santos usará um novo inseticida nas nebulizações contra o mosquito Aedes aegypti. As aplicações são realizadas dentro de imóveis localizados no entorno de residência de pessoas que contraíram a chikungunya.

Fornecido pelo Ministério da Saúde, o inseticida de nome Cielo será aplicado no próximo dia 20 em imóveis da Ponta da Praia – bairro com dois casos positivos de chikungunya em membros de uma mesma família. Santos será a primeira cidade da Baixada Santista a utilizar o novo inseticida. Tendo como princípios ativos o imidacloprida e a praletrina, o Cielo substitui o Malathion, anteriormente encaminhado pelo governo federal, que realiza constantes avaliações para verificação da resistência do mosquito aos inseticidas e realiza as trocas sempre que indicado.

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TREINAMENTO

Para utilizar o produto da forma correta, 12 agentes de combate a endemias participaram de treinamento nesta quinta-feira, 9, capitaneado pela Superintendência de Controle de Endemias do Estado de São Paulo (Sucen). Os agentes precisaram reajustar os aparelhos nebulizadores para a vazão indicada para o novo inseticida, com mudança do bico aplicador. Eles receberam orientações também em relação à forma da aplicação: ela deve ser realizada a cada dois metros, com o bico aplicador voltado para a área a ser atingida – o que deve gerar economia no insumo. Anteriormente, a aplicação era feita de forma aérea e o produto atingia a área de abrangência conforme caía.

A equipe da Sucen acompanhará a nebulização na Ponta da Praia. Como de costume, todos os agentes nebulizadores atuarão devidamente paramentados: roupa hidrorrepelente (apropriada para nebulização), máscara, luvas nitrílicas e botas. “Tínhamos apenas dois agentes treinados para nebulização com o uso do inseticida anterior. Passaremos agora a ter 12 profissionais aptos a realizar esse trabalho, o que otimizará o nosso trabalho, permitindo a formação de equipes substitutas em caso de férias e licenças, por exemplo”, explica Paula Favoreto, chefe técnica de Controle de Vetores.

METODOLOGIA

A nebulização é a estratégia adotada pelo município de Santos para conter o avanço da chikungunya, que neste ano já foi contraída por nove moradores. Antes da aplicação do inseticida, porém, os agentes de combate a endemias realizam vistorias nos imóveis que passarão pela nebulização, com o intuito de eliminar focos com larvas e situações que favoreçam o acúmulo de água – já que a fêmea do mosquito Aedes aegypti deposita seus ovos em água parada, iniciando, desta forma, a sua reprodução.

Esta é uma fase preparatória e obrigatória para a aplicação posterior do inseticida, que atua na eliminação de mosquitos adultos, diferentemente das vistorias, em que o foco é diminuir a proliferação do mosquito por meio da eliminação dos criadouros, em que encontramos o inseto nas fases de larva e pupa.

O inseticida é aplicado por pulverizadores costais, que se assemelham a mochilas, em determinados locais da residência, em especial áreas abertas como quintais, frente e corredores. No momento da nebulização, todas as pessoas devem sair do local, ao qual só devem retornar meia hora depois de terminada a aplicação do inseticida. Roupas devem ser tiradas do varal previamente. Alimentos, bebedouros e comedouros de animais devem ser guardados. Animais de estimação também não devem ser expostos à pulverização. Portas e janelas devem permanecer abertas. Vale lembrar que a aplicação de inseticida é uma estratégia adotada a partir de protocolos, não havendo qualquer indicação para uso indiscriminado.

A DOENÇA

A febre chikungunya é uma doença causada por vírus do gênero Alphavirus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas são parecidos com os da dengue, sendo o diferencial a dor nas articulações de forma bilateral e simultânea (ou seja, se o joelho esquerdo dói, o direito também; por exemplo). Essas dores, porém, perduram por tempo indeterminado. Em algumas pessoas, duram dias, em outras, meses e até anos. As pessoas acometidas pela febre chikungunya ficam incapacitadas de realizar suas atividades de rotina e as que são economicamente ativas precisam ser afastadas do trabalho, já que a doença requer repouso absoluto.

Os demais sintomas são febre; dor de cabeça; manchas avermelhadas; dores musculares. Não existe tratamento específico para a febre chikungunya. Os sintomas são tratados com medicação para febre e dores articulares. Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que deve beber líquidos em abundância.

CASOS

Com relação às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a prefeitura de Santos confirmou 90 casos de dengue e nove de chikungunya em 2020. Não há registro de zika neste ano. Já a febre amarela urbana não é registrada no Brasil desde a década de 1940.

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