ALERTA NO MAR

Mais de 60 banhistas morreram afogados no litoral de SP em 2023, diz GBMar

Dados do Grupamento de Bombeiros Marítimos revelam que guarda-vidas realizaram mais de 2 mil resgates de banhistas em processo de afogamento

Lenildo Silva
Publicado em 14/11/2023, às 16h13

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Homens e mulheres do GBMar atenderam 3.055 ocorrências nas praias de São Paulo - Divulgação GBMar
Homens e mulheres do GBMar atenderam 3.055 ocorrências nas praias de São Paulo - Divulgação GBMar

Mais de 60 banhistas morreram afogados nas praias da Baixada Santista e do litoral norte de São Paulo nos últimos 11 meses do ano, é o que revela a estatística do Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) divulgada nesta terça-feira (14), a pedido do Portal Costa Norte.

De acordo com o levantamento do grupamento, de 1º de janeiro a 13 de novembro, os homens e mulheres que realizam o serviço de prevenção e salvamento marítimo no litoral paulista atenderam 3.055 ocorrências de banhistas em perigo, dois quais 2.002 foram vítimas resgatadas no mar em processo de afogamento.

Já o número de mortes por afogamento é de 64 vidas perdidas nas praias paulistas, dos quais 52 óbitos na Baixada Santista e outros 12 no litoral norte. Na Baixada Santista, Guarujá lidera com 13 óbitos, seguido por Praia Grande, com 15. No litoral norte, Ubatuba registrou o maior número de mortes, foram seis.

Baixada Santista

  • Guarujá - 876 ocorrências de perigo, 514 afogamentos e 13 óbitos;
  • Praia Grande - 241 ocorrências de perigo, 173 afogamentos e 15 óbitos;
  • Itanhaém - 216 ocorrências de perigo, 150 afogamentos e oito óbitos;
  • Mongaguá - 168 ocorrências de perigo, 119 afogamentos e oito óbitos;
  • Bertioga - 119 ocorrências de perigo, 79 afogamentos e dois óbitos;
  • Santos - 50 ocorrências de perigo, 40 afogamentos e dois óbitos;
  • Peruíbe - 18 ocorrências de perigo, 16 afogamentos e três óbitos;
  • São Vicente - 61 ocorrências de perigo, 37 afogamentos e zero óbitos;
  • Ilha Comprida - 33 ocorrências de perigo, 28 afogamentos e um óbito.

Litoral norte

  • Ubatuba 710 ocorrências de perigo, 477 afogamentos e 6 óbitos;
  • São Sebastião 519 ocorrências de perigo, 334 afogamentos e três óbitos;
  • Caraguatatuba - 44 ocorrências de perigo, 35 afogamentos e três óbitos;
  • Ilhabela - zero ocorrências de perigo, zero afogamentos e zero óbitos.

Casos recente

Na segunda-feira (13), os bombeiros encontraram o corpo do adolescente de 14 anos que havia desaparecido no fim de semana após se afogar na Praia do Prumirim, em Ubatuba. Ele apareceu na região do afogamento e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Caraguatatuba.

Já na Baixada Santista, um rapaz de 27 anos, que desapareceu no mar após cair de uma pedra em Bertioga, foi encontrado em Ilhabela, 15 dias depois. Jefferson Santana da Silva trabalhava na Riviera de São Lourenço e, no momento do acidente, estava a passeio na Pedra Selada junto a um grupo composto por dez amigos.

Alerta

O capitão André Elias, porta-voz do Corpo de Bombeiros, enfatiza que a chegada de turistas não habituados às praias nesta época do ano contribui para o aumento das ocorrências de afogamento. Ele destaca a importância de não entrar no mar alcoolizado e seguir as orientações dos guarda-vidas.

Para evitar tragédias, a corporação oferece dicas, desde designar alguém para cuidar das crianças até evitar mergulhos noturnos. Confira abaixo.

  1. Designe uma pessoa específica para tomar conta das crianças. Essa pessoa deve, por exemplo, reduzir o consumo de bebida alcoólica e se concentrar nos cuidados dos pequenos;
  2. Não confie na falsa impressão de segurança que os pais têm com o uso de bóias e com a presença de outros banhistas conhecidos em torno das piscinas;
  3. Em locais de correnteza, jamais desobedecer à sinalização do Corpo de Bombeiros;
  4. No mar, em rios e outros locais com correnteza, o ideal é que o nível da água não ultrapasse a cintura do banhista para que ele não seja surpreendido por depressões no solo ou ondas e correntes inesperadas;
  5. Se for para o fundo usando uma boia, jamais abandonar o objeto, mesmo que perca o controle da situação;
  6. Caso se sinta em perigo, evite gritar e nadar contra a correnteza para poupar o fôlego e evitar a fadiga. Sinalize pedido de ajuda com os braços e procure boiar;
  7. No caso de perder o controle do corpo em rio, nade no mesmo sentido da correnteza e procure avançar lentamente pelas laterais até alcançar as margens;
  8. Não mergulhe de cabeça em depósitos naturais de água, pois o fundo está em constantes transformações. O choque com o fundo pode causar de desmaios a sérios danos à coluna vertebral, expondo à vítima ao agravante de afogamentos;
  9. Não entre na água caso esteja alcoolizado. A bebida alcoólica faz com que o banhista perca seu senso crítico em relação ao mergulho;
  10. Evite mergulhos solitários. Sempre tenha uma companhia que possa ajudá-lo no caso de imprevistos;
  11. Evite ou redobre a atenção em mergulhos noturnos, pois há risco de acidentes com redes de pescadores (no caso de mares e rios) e a visibilidade do ambiente fica bastante limitada.
Lenildo Silva

Lenildo Silva

Cursa jornalismo na Faculdade Estácio

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