LUTA CONTRA O CRIME

Tragédia no Complexo do Alemão: “os criminosos podem agradecer ao STF”

Governador do Rio e presidente Bolsonaro lamentaram a morte do cabo da PM. Operação policial resultou na prisão de cinco suspeitos e na morte de 18 pessoas

Matheus Alves
Publicado em 22/07/2022, às 10h46 - Atualizado às 13h18

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Operação policial resultou na morte de 18 pessoas, sendo 16 suspeitos, um PM e uma civil - Reprodução/Internet
Operação policial resultou na morte de 18 pessoas, sendo 16 suspeitos, um PM e uma civil - Reprodução/Internet

As forças de segurança realizaram nesta quinta-feira (21) uma operação especial no Complexo do Alemão que resultou na morte de 18 pessoas, sendo 16 suspeitos de ligações com o mundo do crime, um cabo da Polícia Militar e uma mulher de 50 anos, atingida enquanto estava dentro de um carro. Um outro policial foi atingido, mas sobreviveu ao ferimento.

Mais tarde, ainda no dia da operação, o coronel Rogério Lobasso, subsecretário de Gestão Operacional da Polícia Militar, disse que o caso está sendo investigado, assim como a morte da moradora que estava em um automóvel.

Foram presos cinco suspeitos, um deles vindo do estado do Pará, ligado à mesma facção criminosa que controla o Complexo do Alemão.

Por meio do Twitter, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, lamentou a morte do PM Bruno de Paula Costa e criticou o posicionamento político defendido por Marcelo Freixo, representante do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Horas depois da operação, Cláudio Castro informou que já havia entrado em contato com o ministro da Justiça, Anderson Torres, e que já começou um levantamento de informações para identificar os criminosos que dispararam contra os policiais.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, também lamentou a morte do cabo da PM: "Fato lamentável lá do Rio de Janeiro, o cabo Bruno de Paula Costa faleceu vitimado aí por confronto com bandidos. Ele, que estava na UPP Nova Brasilia, foi socorrido e não resistiu. Tinha 38 anos; deixa viúva e dois filhos portadores do espectro autista. A fotografia dele, até quando vi aqui me emocionei, porque ele era meu colega paraquedista. Deve ter feito curso enquanto serviu em alguma unidade da brigada paraquedista. Nossos sentimentos à família. Lamentamos o ocorrido", comentou o presidente em mais uma de suas lives semanais realizadas todas as quintas.

O STF tem culpa?

Durante o Jornal da Praia, produzido pela TV Cultura Litoral, desta sexta-feira (22), o comentarista Enio Xavier lamentou a morte do policial Bruno e condenou a decisão do STF, realizada em junho de 2020.

A ordem dificulta a realização de operações policiais em favelas do Rio de Janeiro durante a pandemia. O pedido foi enviado pelo PSB e aprovado pelo ministro Edson Fachin. Segundo o partido, as operações só poderiam ser realizadas “em hipóteses absolutamente excepcionais” e “justificadas por escrito pela autoridade competente”.

Na época, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) afirmou que “é uma decisão histórica. Talvez seja a mais importante vitória contra o racismo institucional. O STF decide em favor da vida e deixa claro que vidas negras importam”.

Em contraparte ao comentário de Molon, o comentarista e advogado Enio Xavier disse que: “Com essa decisão, qual é a mensagem que a Suprema Corte envia para os bandidos? De pura subserviência! O criminoso logo pensa que as comunidades do Rio são os locais mais seguros já que as autoridades competentes não vão estar lá”.

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