Uberaba

Veterinário cria prótese para tartaruga com peças de brinquedo em Minas

Para a aplicação da prótese foi utilizada uma resina que não causa prejuízos à saúde animal

Da Redação
Publicado em 16/04/2019, às 12h17 - Atualizado em 23/08/2020, às 19h12

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Divulgação
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Peças de brinquedos e resina são agora a nova maneira de locomoção de uma tartaruga de água doce em Uberaba (MG). A criatividade e inovação vieram do gerente clínico do Hospital Veterinário da cidade, Cláudio Yudi, e dos alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Uberaba (Uniube).

A tartaruga, batizada de Michelangelo, é conhecida como cágado-de-barbicha. Ela foi recolhida pela Polícia Militar Ambiental e levada ao Hospital para receber cuidados. “O animal não apresentava as duas patas traseiras, como não sabemos do caso, a possibilidade maior é que o animal tenha nascido sem elas. Então nós ficamos com uma grande dificuldade, do que iria substituir a falta dessas patas”, conta o médico veterinário e professor universitário.

A solução sugerida foi bem simples, usar peças de brinquedos resistentes para adaptar uma melhor forma de locomoção para o Michelangelo. “Não substituiria as patas, mas serviria de apoio para que esse animal pudesse andar melhor e resolveu. Nós adaptamos oito peças de brinquedo que foram coladas na carapaça dele e que foi um sucesso, hoje o animal anda muito bem, ele consegue movimentar com essas adaptações de rodinha”, continua.

Para a aplicação das próteses foi utilizada uma resina, mas sem prejuízos à saúde animal. “Nós utilizamos uma cola especial, uma cola até utilizada por dentistas. É uma cola que adapta materiais orgânicos em tecidos vivos. Uma adaptação muito comum, inclusive, que nós utilizamos tanto em humanos como animais e tem dado um resultado muito bom”, pontua.

Ainda segundo Yudi, o animal respondeu muito bem à adaptação. “As tartarugas, em especial, conseguem se adaptar muito bem a próteses, nós já temos experiências com outros animais. Entretanto, é um animal que não vai poder voltar à natureza, porque não tem as duas patas, o que vai dificultar a hora de nadar e na mudança de ambiente, de água para terra, vice-versa. Então ele ficará conosco para estudos e novas adaptações no hospital”, finaliza.

Criatividade

A tartaruga Michelangelo não é a primeira a receber uma prótese criativa pelo Hospital Veterinário de Uberaba (HVU). Foram, ao todo, oito animais atendidos, dentre: aves carcarás, jabutis, cágado, lobo guará e, até mesmo, coruja. “Nós sempre tentamos trazer, ao mesmo tempo, tecnologias novas e simplicidade. Além disso, o trabalho em equipe, em que os alunos também participam ativamente e podem dar opinião sobre as atuações no Hospital. Hoje não é somente o professor que ensina, os alunos também dessa nova geração têm muito a nos ensinar” 

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