ESTADO DE EMERGÊNCIA

Dengue: alguns medicamentos potencializam a gravidade da doença

Uso de anti-inflamatórios e aspirinas pode levar a complicações e, até, à dengue hemorrágica; manter a hidratação é crucial para tratar o mal

Redação
Publicado em 12/03/2024, às 14h22

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Este ano, somente na cidade de Santos, até o dia 5 de março,  havia 300 casos confirmados - Prefeitura de Bertioga
Este ano, somente na cidade de Santos, até o dia 5 de março, havia 300 casos confirmados - Prefeitura de Bertioga

Em dois meses, foram mais de 1,3 milhão de casos suspeitos de dengue, no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. O estado de São Paulo decretou estado emergência em saúde, em decorrência dos números: mais de 180 mil casos e 33 mortes registrados, este ano. Uma das preocupações do setor médico é relacionada ao desconhecimento, por parte da população, dos sintomas indicativos da doença e o uso inadequado de medicamentos. 

Os principais sintomas são febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações, atrás dos olhos, fraqueza e manchas vermelhas na pele. Nos casos mais graves, são sinais de alerta: dor abdominal intensa e contínua, náuseas, vômitos persistentes, sangramento na mucosa e tontura ao levantar. 

Como não há um tratamento específico para a doença, recomenda-se muita hidratação, com água e soros orais comprados em farmácias, que repõem, além do líquido, sais minerais. É comum o uso de dipirona ou paracetamol, para minimizar o mal-estar provocado. 

Anti-inflamatórios, como diclofenaco e ibuprofeno, e aspirina devem ser evitados por pacientes com suspeita ou confirmação da doença, conforme alerta a farmacêutica Keitia Couto.  “Os riscos abrangem desde o agravamento de sintomas até complicações mais sérias, como o aumento do risco de sangramento, pois esses medicamentos podem irritar o estômago e causar danos ao fígado. O uso sem orientação também pode resultar em manejo inadequado dos sintomas, resistência a medicamentos e interferência nos resultados do diagnóstico, além de representar um perigo particular para grupos vulneráveis”.

O ideal, conforme orienta a profissional, é procurar serviço de saúde para um diagnóstico preciso da doença. Testes para confirmar a infecção estão disponíveis em unidades básicas de saúde e em farmácias. "Manter um acompanhamento regular com profissionais de saúde e seguir rigorosamente as orientações médicas são medidas fundamentais para garantir um tratamento seguro e eficaz", orienta Keitia.

O presidente do Departamento de Infectologia da APM Santos, o infectologista Prof. Dr. Marcos Montani Caseiro chama a atenção para o aumento dos casos: “Já conhecemos classicamente a dengue na nossa região; nós somos massacrados pela dengue nos últimos 20 anos, mas temos observado o aumento de casos durante o ano inteiro, por causa do aumento das temperaturas médias e da quantidade de chuvas”. De acordo com a associação, este ano, somente na cidade de Santos até o dia 5 de março, já havia 300 casos confirmados.

Segundo a APM Santos, é fundamental lembrar que o diagnóstico precoce ajuda a evitar a propagação da doença viral, já que, uma vez diagnosticado, o paciente pode adotar medidas para remover possíveis criadouros dos locais que frequenta ou onde vive, e evitar a possível transmissão para outras pessoas.

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