NADA DE PÂNICO

Climatologista explica ciclone no Atlântico Sul e possíveis efeitos no litoral de SP

Para Rodolfo Bonafim, da ONG “Amigos da Água”, o termo “ciclone-bomba”, que alguns institutos vêm usando, é alarmista

Esther Zancan
Publicado em 31/03/2023, às 14h16 - Atualizado às 14h55

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Ciclone está para se formar entre a costa do Uruguai e da Argentina, na região da Bacia do Prata Climatologista explica ciclone no Atlântico Sul e possíveis efeitos no litoral de SP Imagem de satélite de ciclone no Atlântico Sul - Reprodução/Satélite NOAA/ND
Ciclone está para se formar entre a costa do Uruguai e da Argentina, na região da Bacia do Prata Climatologista explica ciclone no Atlântico Sul e possíveis efeitos no litoral de SP Imagem de satélite de ciclone no Atlântico Sul - Reprodução/Satélite NOAA/ND

Você é um daqueles que está com medo do tal “ciclone-bomba” que alguns institutos de meteorologia vêm noticiando nos últimos dias? Bem, não há motivos para pânico. O Portal Costa Norte conversou com Rodolfo Bonafim, consultor em Climatologia, Astronomia e Geologia da ONG Amigos da Água, de Santos, que explicou melhor o fenômeno e as possíveis consequências no litoral de São Paulo.

Segundo Bonafim, o ciclone que está para se formar no Atlântico Sul, entre a costa do Uruguai e da Argentina, na região da Bacia do Prata, é intenso, mas não seria o caso de ser chamado de “ciclone-bomba”. Ele crê que isso chega a ser um termo alarmista e até chulo. Apesar dos ciclones extratropicais serem mais comuns da metade do outono em diante e raros neste período do ano em que estamos, não é algo inédito.

Bonafim também chamou a atenção para o fato de que, apesar de intenso, o ciclone vai atuar mais em alto-mar, o que significa um perigo maior para os navegantes, em especial os do sul do Brasil, entre Santa Catarina e o Rio Grande do Sul.

No litoral do sudeste, em especial no de São Paulo e Rio de Janeiro, vão se formar ondas altas em alto mar, e existe o risco de ressaca entre o domingo (2) e a segunda (3) nas praias do litoral paulista. Porém, Bonafim diz que que a ressaca não deve ser muito intensa, pois a posição da Lua não está favorável a isso, já que são as fases cheia e nova da Lua que propiciam as ressacas mais intensas, e estamos saindo agora da fase crescente. 

Frio, chuva e vento

Mas será que vai esfriar finalmente? Pelo visto, não vai ser o caso de tirar o cachecol da gaveta, não. Bonafim diz que não vai esfriar muito, apenas o calor que tem feito vai ser derrubado. O sábado (1º) ainda vai ser quente na Baixada Santista. Já no domingo o tempo muda e as temperaturas ficam mais amenas, com máximas chegando na casa dos 26 graus.

Já no quesito chuva, deve haver pancadas na tarde do sábado. No domingo deve haver o predomínio de uma chuva mais contínua e persistente. Bonafim frisa que não vai ser uma quantidade de chuva absurda, nem exagerada, apenas moderada, mas sempre fica o alerta para aquelas regiões que normalmente apresentam problemas com chuvas um pouco acima do normal.

O domingo também deve registrar rajadas de vento devido ao ciclone. As rajadas devem ser parecidas com as que foram observadas na noite desta quinta (30), após a passagem de uma área de instabilidade que se deslocou do Vale do Ribeira para a Baixada Santista, e que causaram alguns contratempos na região.

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