Mesmo caindo no golpe, sabia que é possível obter o valor integral depositado? Confira as orientações do Procon-SP e da Secretaria da Segurança de SP
Redação
Publicado em 05/12/2023, às 12h21
O pagamento da primeira parcela do 13º salário tem aumentado as tentativas de golpes por parte de estelionatários que usam aplicativos como o Whatsapp, se passando por familiares de seus alvos. Nas últimas semanas, a redação do portal Costa Norte vem recebendo denúncias de moradores de Bertioga, no litoral de São Paulo, acionados por criminosos - uma dessas pessoas chegou a depositar R$ 800 pensando se tratar de um valor urgente para a filha. Apesar de parecer que o dinheiro foi perdido, você sabia que é possível reaver o valor integral depositado em golpes do Pix?
As vítimas devem procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência e informar a instituição financeira assim que identificarem o golpe. Além da questão criminal envolvida, há também o aspecto da relação com o consumidor. Isso porque a Resolução nº 147, de 28 de setembro de 2021, do Banco Central do Brasil (Bacen), determina em seu Artigo 39-B o seguinte: “Os recursos oriundos de uma transação no âmbito do Pix deverão ser bloqueados cautelarmente pelo participante prestador de serviço de pagamento do usuário recebedor quando houver suspeita de fraude".
Infelizmente, apesar da garantia legal, pode ser difícil obter o montante perdido. No caso da mulher que depositou os R$ 800, o banco informou que seria necessário a conta depositada estar coberta para realizar o estorno, total ou parcial. No entanto, na avaliação do Procon-SP, “independentemente de existir valor na conta depositada, a instituição financeira deve, se comprovada a fraude e se foi informada de forma célere, ressarcir o consumidor”.
Por isso, se a vítima que atender aos requisitos não conseguir resolver o problema junto ao banco, a orientação do Procon-SP é de registrar reclamação nos órgãos de defesa do consumidor, que em São Paulo pode ser por meio do site www.procon.sp.gov.br. Ainda, caso seja comprovada falha do aplicativo, como conta hackeada, é possível que a própria plataforma seja responsabilizada, explicou o órgão.
No golpe do Pix, estelionatários se passam por familiares da vítima dizendo ter trocado ou adicionado um novo número para contato, foi o que aconteceu com Maria, que não quis se identificar. Uma pessoa que afirmou ser sua filha, usando a foto de contato do Whatsapp dela, disse ter adicionado um número pessoal e deixado o outro para trabalho e pediu para a mãe adicionar. Menos de meia hora depois, pediu um “favor urgente”, para que ela depositasse R$ 1.365,00 em uma determinada conta de terceiro, pois o aplicativo do banco estava fora do ar, mas que devolveria assim que voltasse.
Preocupada em ajudar a filha, que trabalha no setor administrativo de uma empresa, a mulher explicou que não tinha o valor total, e que estava apenas com R$ 800. A isso, foi respondido: “mãe, consegue fazer os R$ 800,00 irei ver se consigo aqui e mando o restante”. A isso, Maria concordou e, na mensagem seguinte, foi orientada a enviar o comprovante de depósito.
Ainda aflita pela filha, Maria mandou mensagem a seu outro filho perguntando se poderia completar o valor, foi então que ele levantou a hipótese de golpe e ela se deu conta do crime.
Outras três pessoas que entraram em contato com a redação também foram procuradas por pessoas que se passaram por familiares e pediram o depósito de quantias por Pix. Uma delas notou a tentativa de golpe e contou ter pedido os dados bancários e encaminhou para a polícia. A outra, que também pensou estar conversando com a filha, escapou do golpe por não saber fazer transferência por Pix, e quando pediu ajuda de outros filhos para ir a uma lotérica para depositar por boleto, foi alertada do golpe.
Algumas medidas de segurança podem ajudar a prevenir novas vítimas e dificultar o uso da identidade em meios de comunicação virtual. Uma delas é deixar o perfil acessível apenas a conhecidos nas redes sociais, dificultando informações que possam ser usadas para golpes.
É recomendado também ocultar a foto de perfil para quem não é contato – nas configurações do WhatsApp, vá até a aba “Privacidade” e mude a privacidade da foto de perfil para “Meus Contatos”. Você também pode fazer isso com os indicadores de “Visto por Último” e “Recado”, garantindo que somente pessoas permitidas tenham acesso ao seu perfil. Com isso, você dificulta o acesso aos materiais usados pelos criminosos nos golpes. Além disso, é recomendado utilizar no WhatsApp a confirmação em duas etapas, as orientações estão no site oficial do comunicador.
Além disso, caso tenha sido vítima, a orientação da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo é a seguinte:
