TRADIÇÃO EM GUARUJÁ

Folia de Reis volta à Prainha Branca após hiato de quatro anos

Tradição caiçara será retomada neste fim de semana em Guarujá, com cantigas, apresentação na capela e cortejo até o 'Buteco do Pássaro'

Redação
Publicado em 06/01/2024, às 11h00 - Atualizado às 15h30

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Celebração revive em vilarejo caiçara após interrupção causada pela pandemia e perda de membros do grupo - Foto: Eleni Nogueira
Celebração revive em vilarejo caiçara após interrupção causada pela pandemia e perda de membros do grupo - Foto: Eleni Nogueira

A tradicional Folia de Reis, celebrada no Dia de Reis, volta à Prainha Branca, em Guarujá, após um hiato de quatro anos. A celebração, que ocorre há mais de 30 anos no vilarejo caiçara, localizado na divisa com Bertioga, foi interrompida em 2019 em decorrência da pandemia de Covid-19 e da perda de dois integrantes do grupo, Silvano Neves Ledo (o Passarinho), e Nilson Oliveira.

Em 2023, o grupo se encontrou em cortejo e, neste ano, o evento volta a visitar as casas dos moradores como era feito antes da pandemia. A festividade da Folia de Reis da Prainha Branca inicia na noite deste sábado (6), quando os foliões passam pelas casas tocando instrumentos. Já a apresentação, acontece no domingo (7), a partir das 16h, na capela Nossa Senhora Imaculada Conceição. O cortejo seguirá até o Buteco do Pássaro, no qual  serão apresentadas as tradicionais músicas de reis.

O que é Folia de Reis

folia de reis em Guarujá
Festa tradicional caiçara é celebrada anualmente pelos foliões locais Foto: Joelma Corrêa

No meio da madrugada, o silêncio é cortado pelo leve som de um violino, logo acompanhado pela viola, cavaquinho, zabumba e violão caipira. A melodia é quase um lamento, e as vozes convocam os donos da casa para  abrir a porta e receber os três reis magos. Inicia-se a Folia de Reis, na Prainha Branca, que segue de casa em casa até amanhecer o dia.

O grupo da Prainha

Até 2018, a Folia de Reis da Prainha Branca era comandada por cinco moradores: Silvio Neves Ledo (violão), Silvano Neves Ledo, o conhecido Passarinho (zabumba), Ivete Lins de Oliveira, Gil Ângelo de Oliveira e Nilson Alves de Oliveira (cantores), e quatro amigos da capital: Jaime Santos (saxofone), Marcio Baltazar, Wilson Rocha e Niltinho.

À época, Silvio, irmão de Passarinho, informou à reportagem que o grupo iniciava a celebração, geralmente com poucas pessoas, mas que aumentavam à medida que passavam pelas casas; elas seguiam o cortejo que, no final, reunia dezenas delas. Ainda de acordo com Silvio, originalmente, os "cantadores" da Prainha Branca realizavam a folia de São Sebastião à Guarujá. "Era uma celebração que durava uma semana e terminava no Instituto Histórico do Guarujá".

Os instrumentos originais são o cavaquinho, viola caipira, violão e zabumba. Mas, de acordo com o compositor, outros são agregados por participantes que se juntam ao grupo, como o triângulo, saxofone e pandeiros.

Legado

Em entrevista ao Portal Costa Norte, neste sábado (6), Demmi Rangel Neves Ledo, filho de Passarinho, informou que a retomada da folia pós-pandemia e a perda de seu pai foi um momento de muita emoção para toda a comunidade. "Nós reunimos os foliões da comunidade e os de São Paulo, em 2023, e fizemos uma apresentação ao fim da missa e saindo em cortejo por dentro da vila, terminando com uma apresentação no Buteco do Pássaro, que é o ponto de encontro dos foliões desde 1990." Demmi também contou que, neste ano, a folia terá um acréscimo especial: a visita dos reis às casas dos moradores, na madrugada de sábado para domingo. "Será um momento de muita alegria e comunhão entre os moradores", afirmou.

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